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O assassinato de Trótski: segredos revelados

Gabriel García Higueras

O assassinato de Trótski: segredos revelados

Gabriel García Higueras

O assassinato de Leon Trótski, ordenado por Stalin e executado por Ramón Mercader, foi assunto de uma extensa literatura nos oitenta anos transcorridos. Além das obras de investigação, foram escritos romances e dramas, inclusive realizados filmes e documentários de cinema e televisão que, em diferentes cores, representam o trágico episódio ocorrido em 20 de agosto de 1940 em Coyoacán.

De fato, os detalhes do crime, os meios para sua realização e a relação de autores e cúmplices eram bem conhecidos pelas pesquisas de autores ocidentais. Não obstante, nos anos finais do regime soviético se abriram elementos escondidos sobre a história de sua organização, mediante as informações secretas que começaram a emergir, amparadas na política de abertura. [1]

Mais revelações surgiram com a abertura de arquivos e documentos desclassificados dos organismos estatais soviéticos, principalmente da KGB, no início da década de 1990. Com isso se retirou o manto de silêncio que cobria um dos crimes mais infames organizados pela polícia secreta soviética.

Da mesma forma, depois de 2000 foi desclassificada informação proveniente dos arquivos do FBI, que continham arquivos sobre Trótski (Leon Trotsky FBI Files) [2]. Foram criados em junho de 1934, quando o Birô Federal de Investigações recebeu o boato sobre a residência de Trótski em Nova Iorque. O final consta de 922 páginas de documentos oficiais e recortes da imprensa estadunidense e mexicana sobre a eliminação de Trótski, bem como os documentos referentes às investigações realizadas após o assassinato. Os últimos documentos que contém datam de 1966.

Em razão das revelações publicadas a partir de 30 anos atrás, revisaremos nesse artigo informações que confirmaram fatos e proporcionaram detalhes inéditos da trama conspiratória que ceifou a vida do dirigente bolchevique.

A sentença de morte

Em julho de 1990, foi publicado na imprensa europeia uma entrevista com o coronel general Dmitri Volkogónov, diretor do Instituto de História Militar da URSS [3]. O cargo influente que ocupava no Exército de seu país lhe permitiu, nos anos oitenta, consultar os arquivos secretos da NKVD, onde - segundo declarou - encontrou a ordem para eliminar Trótski. Esse documento, datado de setembro de 1931 - quando Trótski vivia despatriado na Turquia - apresentava a assinatura de Stalin e de mais três membros do Politburo: Voroshilov, Molotov e Ordzhonikidze. O militar e historiador soviético adicionou que, em 1934, foi criado um grupo especial destinado a materializar o plano de assassinato, e comunicava que o homem que dirigiu essa operação ainda vivia em Moscou e que tinha 85 anos. Na biografia de Trótski escrita por Volkogónov, publicada dois anos depois [4], foi revelada a identidade desse personagem: Pável Sudoplátov [5].

As memórias de Sudoplátov

Em 1994 foram publicadas as memórias de Pável Sudoplátov, que por muitos anos dirigiu a seção de Operações Especiais no serviço de inteligência soviético [6]. O responsável de organizar o assassinato de Trótski menciona em seu extenso relato que, em março de 1939, Lavrenti Beria, chefe da NKVD, conduziu-o à uma conversa com Stálin no Kremlin e que nela propôs ao ditador que Sudoplátov se encarregasse das operações antitrotskistas no órgão de inteligência. Stálin mencionou que uma operação anterior contra a vida de Trótski havia sido encaminhada em 1937 e que fracassou, enfatizando que seu inimigo devia ser eliminado antes do fim do ano.

Para atingir esse propósito, Sudoplátov solicitou autorização para recorrer a veteranos das operações guerrilheiras da Guerra Civil espanhola. Stálin lhe assegurou que receberia toda ajuda material e humana necessária para cumprir essa missão [7]. A partir desse dia, Pável Sudoplátov assumiria a subdireção do Departamento de Relações Exteriores e foi autor intelectual do novo - e definitivo - plano para assassinar Trótski, cujos pormenores relata em suas memórias.

Nesse sentido, afirma que, no início de 1969, teve um encontro em Moscou com Ramón Mercader, quem lhe havia descrito em detalhes as circunstâncias em que cometeu o crime. Segundo essa versão, existiu um plano alternativo - do qual se desistiu - em que a casa de Trótski seria invadida por um comando integrado por Eitingon, Caridad Mercader e cinco guerrilheiros, quando Ramón se encontrasse no interior. Esse plano teria como finalidade manter os guardas ocupados para que, enquanto estes repelissem o ataque, Mercader liquidasse Trótski sem maiores contratempos. Além disso, contou a Sudoplátov que Trótski não morreu naquela tarde do verão de 1940, porque no exato instante do ataque - enquanto lia um escrito que lhe havia apresentado - ele fez um movimento súbito com a cabeça. Esse leve giro alterou a direção do golpe e ocasionou o enfraquecimento do impacto [8]

“Operação Pato”

As informações procedentes do antigo império soviético não acabaram. Em 1997, foi publicado o terceiro tomo dos Ensaios da história do serviço de espionagem exterior russo, que continha o artigo de Lev Vorobiev entitulado “Operação Pato” (Operatsiya Utka, em russo), codinome da ação da NKVD contra a vida de Trótski [9]. Baseado em uma investigação dos documentos nos arquivos da KGB, o ensaio detalha as ações executadas com esse propósito.

A operação para liquidar com Trótski começou em 1938 e levou mais de dois anos. Nesse plano, a NKVD empregou dezenas de agentes e homens de confiança de diferentes países. Os indivíduos recrutados eram comunistas e professavam “sua profunda simpatia pela URSS”. Para levar a cabo a conspiração, foram estipuladas duas missões especiais com sedes em Paris e Nova Iorque.

Vorobiev informava que a ordem de Stálin para suprimir Trótski é de março de 1939. Para sua execução, em 9 de julho de 1939 foi apresentado um projeto de medidas operativas, que seria apresentado e aprovado pelo próprio Stálin nos primeiros dias de agosto desse ano. O plano previa a contratação de pessoal novo e o emprego dos seguintes meios: “envenenamento da comida, da água, explosão na casa, explosão do carro, ataque direto por estrangulamento, punhal, golpe na cabeça, tiro. O ataque de um grupo armado é possível” [10]. Eram citados os codinomes dos agentes que o levaria a cabo: “Tom” (Naum Eitingon) era o organizador e chefe; “Madre” e “Raymond”, que seriam enviados ao México, eram ninguém menos que Caridad Mercader e seu filho Ramón. Por outro lado, esse plano estabelecia a exploração do círculo interior e do entorno que rodeia a casa de Trótski, e determinava o encaminhamento de 31.000 dólares durante seis meses. O documento estava assinado por três funcionários da NKVD: P.M. Fitin, chefe dos Informes para o exterior, e seus adjuntos P.A. Sudoplátov e N.I. Eitingon.

Assim, a dita ordem orientava a participação de um grupo de veteranos da guerra na Espanha. Aqui são mencionados dois: “Felipe e “Mario”, agentes que foram enviados ao México. “Felipe” devia proporcionar informações detalhadas sobre o sistema de segurança interior e exterior na casa de Trótski. Além de sua função de informante, empreendeu a seleção do pessoal que cumpriria os objetivos “especiais, e acionou contatos confidenciais com algumas figuras influentes da esquerda mexicana.

“Raymond” (Mercader) foi encaminhado para o trabalho nos círculos trotskistas. Por isso, o Centro interessou-se em que tivesse contato com pessoas do entorno imediato de Trótski; daí a importância de sua relação sentimental com Sylvia Ageloff.

Vorobiev explica que, entre dezembro de 1939 e maio de 1940, o plano enfrentou “diversas dificuldades”. Em 8 de junho de 1940, uma comunicação especial assinada por Beria e dirigida a Stálin e Molotov, informava do fracassado atentado contra Trótski.

O artigo relata sobre a participação de “Felipe” e “Mario” em tal atentado, após o qual abandonaram o México. “Felipe” era conhecido pela polícia secreta mexicana como o “judio francês” e lhe era atribuída a direção intelectual do atentado armado contra a casa de Trótski [11]; porém, vãos foram os esforços da polícia em seguir suas pegadas [12].

Um dado de grande interesse na investigação de Vorobiev é ter confirmado com evidência documental que o segurança norte-americano Robert Sheldon HArte foi recrutado pela rede da NKVD em Nova Iorque. Seu codinome era “Amur” (Cupido). Assim, indica que, quando ocorreu o primeiro atentado contra a vida de Trótski, em maio de 1940, Sheldon disse aos cúmplices que, se soubesse, nunca teria aceitado participar daquele assunto. O autor escreve que tal “comportamento serviu de base para tomar a decisão de liquidá-lo. Ele foi assassinado pelos mexicanos” [13].

Por outro lado, a investigação oferecia detalhes sobre os anos de cárcere do assassino. Por exemplo, se escreve que, durante o treinamento preventivo, Mercader esteve isolado durante sete meses em um sótão, e que “foi objeto de ultrajes e de uma humilhação inédita”, além de quase perder a visão por causa do isolamento. O prisioneiro recebeu amparo legal graças a seus protetores. Ao mesmo tempo, existiram desde 1941, vários planos para que fugisse da prisão e fosse enviado ilegalmente para fora do país [14]. Também relatava que, durante a prisão, sofreu problemas de saúde graves, mas que nunca deixou de perceber o “apoio moram indispensável e uma ajuda material” [15].

Quanto à vida de Mercader depois de posto em liberdade, Vorobiev informava que em Moscou ele trabalhou no Instituto do Marxismo-Leninismo, e que nunca terminou de se adaptar a sua nova forma de vida. Em Cuba - para onde viajou com sua esposa em 1974 em busca de melhores condições climáticas - se tornou consultor do Governo cubano sobre a reeducação dos presos por meio do trabalho [16]

A identidade do “judeu francês”

No artigo descrito não é mencionada a verdadeira identidade de “Felipe”, o “judeu francês”, Seu nome era Iósif Romualdovich Griguliévich (1913-1988). Serviu à NKVD desde a década de 1930, quando foi enviado a Espanha para cumprir um conjunto de operações dirigidas à liquidação dos militantes do POUM. Sudoplátov escreve que Griguliévich chegou no México em janeiro de 1940, seguindo instruções de Eitingon, e que estabeleceu contato com Sheldon Harte [17]. Depois de sua participação no assassinato de Trótski, foi lhe confiada a luta contra as redes nazis na América do Sul; e durante a Guerra Fria, tendo obtido um passaporte costarriquenho com o nome de Teodoro B. Castro, desempenhou funções diplomáticas no Vaticano.

Por fim, Stálin lhe confiou-lhe o assassinato do marechal Tito, operação que foi abandonada quando ocorreu a morte do ditador soviético. Finalizada sua carreira de espião, e já retornado a seu país, Griguliévich se dedicou à vida acadêmica; obteve um doutorado em História e foi reconhecido como um expert em América Latina e no Vaticano. A novelesca vida desse espião soviético de origem judaica foi examinada pela escritora costarriquenha Marjorie Ross [18]

O enigma de África de las Heras

Outra incógnita que se tentou esclarecer foi a participação de África de las Heras no atentado contra Trótski. Essa mulher, nascida em Ceuta em 1909, foi a agente espanhola mais ativa na espionagem soviética durante quase cinquenta anos. Usou diversos nomes em suas missões e alcançou o posto de coronel da KGB. Em suas memórias, Sudoplátov a menciona através de um de seus nomes falsos (María de la Sierra), assegurando que havia sido infiltrada no círculo de Trótski na Noruega, onde funcionou como sua secretaria, e que, depois, também o foi no México [19]. Escreve também que ela elaborou a planta da casa que serviu aos assaltantes em maio de 1940. Com exceção dessa fonte, não existe nenhum testemunho do círculo imediato de Trótski, nem documento algum, que certifique que uma mulher dessas características trabalhou para ele no México. Por isso Pierre Broué afirmou categoricamente que África de las Heras “nunca esteve no entorno de Trótski” [20]. A informação fornecidas pelo chefe de espionagem soviético foram contestadas, embora existam algumas hipóteses sobre alguma forma de espionagem por parte de África de las Heras [21].

***

As informações revisadas dão conta de importantes achados nas investigações que, nos últimos trinta anos, contribuíram para esclarecer em detalhe a organização e a trama do assassinato de Trótski. Mesmo assim, não se deve descartar que no futuro haverá novas descobertas que terminem de lançar luz sobre um dos assassinatos políticos de maior impacto na história mundial.


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FOOTNOTES

[1A primeira menção ao assassinato de Trótski na URSS data do inicio de 1988 com a publicação da obre teatral de Mijaíl Shatrov, Mais e mais distante, na revista Znamia. Em um de seus atos, Trótski acusa Stálin de ter o assassinado, e menciona seu jagunço, Ramón Mercader. UPI, El Comercio, Lima, 3 de janeiro de 1988, Seção B, p. 4.

[3a entrevista de Volkogónov a Enrico Singer apareceu em La Stampa (Milão, 26 de julho de 1990). Foi publicado com o título “‘Matar Trótski’, assinado: Stálin”.

[4Dmitri Volkogónov, Trotskii: politicheskii portret, Moscou, Novosti, 1992. A tradução inglesa dessa biografia, por Harold Shukman, foi publicada nos Estados Unidos: Trotsky: the eternal revolutionary, Nova Iorque, The Free Press, 1996.

[5Com essa revelação foi confirmado o que já havia adiantado Julián Gorkin, que em 1969 escreveu: “ela [Caridad Mercader] - assim como Leónidas Eitingon, seu amante - trabalhava sob direção pessoal de Sudoplátov, umdos principais chefes da espionagem soviética no hemisfério ocidental”. Julián Gorkin, El asesinato de Trotsky, Barcelona, Aymá, 1971, p. 268.

[6As memórias de Sudoplátov apareceram originalmente em inglês entituladas Special Tasks, em 1993.

[7O dirigente da NKVD, Naum Eitingon, sob o nome de Leónid Kotov, se encarregou de selecionar o pessoal que seria treinado em operações terroristas na Espanha. Teve entre seus colaboradores mais próximos Vittorio Vidali. Entre os homens que recrutou se encontrava Ramón Mercader, filho de Caridad Del Río, comunista fanática de quem Eitingon virou amante. Veja Pierre Broué, O assassinato de Trótski, Bruxelles Editions Complexe, 1980, pp. 113-114.

[8Em abril de 2005, do México se noticiava sobre a reaparição da arma empregada no assassinato de Trótski. A picareta, que durante décadas se acreditava estar perdida, estava em posse de Ana Alicia Salas. Ela a mostrou à imprensa e declarou que seu pai, um antigo agente do Serviço Secreto, a pegou do Museu de Criminologia em que foi exibida e de onde, uma vez, tentaram roubar. Para prevenir de um novo furto, acordaram substituí-la por uma parecida, que finalmente foi roubada. Foi então que seu pai, afirmando motivos de segurança, decidiu manter a custódia do autêntico. A portadora manifestou sua intenção de vender a picareta, que tinha manchas de cor marrom claro. O único procedimento para provar que essas manchas correspondiam ao sangue de Trótski era submetê-las a exame de DNA. Esteban Volkov, neto de Trótski, expressou sua vontade de colaborar com o exame, oferecendo uma mostra de seu código genético sob a condição de que, se fosse comprovada sua autenticidade, a picareta, por se tratar de um objeto histórico, fosse doada ao Museu Leon Trótski. Salas manifestou desacordo com a proposta e com isso impediu a resolução da questão sobre sua originalidade. Veja em La Jornada, México, 22 de abril de 2005, p. 56; também El Comercio, Lima, 12 de julho de 2005, Seção C, p. 3.
A picareta foi vendida por uma alta quantia a Keith Melton, um antigo colecionador de objetos relacionados ao mundo da espionagem. Ele doou a suposta arma com que Trótski foi assassinado ao Museu da Espionagem em Washington D.C., onde está exibido desde maio de 2019. Veja Beatriz Navarro “El piolet de Trotsky sale de la clandestinidad”, La Vanguardia, Barcelona, 8 de maio de 2019, https://www.lavanguardia.com/internacional/20190508/462113336388/piolet-sesinato-trotsky-museo-espionaje-washington.html [Consulta 13 de agosto de 2020].

[9Sudoplátov foi quem informou pela primeira vez sobre essa operação, cujo nome foi sugerido por Eitingon. Veja em Pável Sudoplátov e Anatoli Sudoplátov, Operaciones Especiales. Memorias de un maestro de espías soviético, Barcelona, Plaza & Janés, 1994, p. 106.

[10Lev Vorobiev, “L’ assassinat de Trotsky décrit par ses assassins”, Inprecor, París, n.º 449-450, julho-setembro 2000, p. 56.

[11Na noite do ataque, esse homem falou da rua com Sheldon Harte, quem imediatamente abriu a porta para que os assaltantes entrassem.

[12em seu livro O assassinato de Trótski, Gorkin errou ao identificar o “judeu francês”. Para o investigador espanhol, se tratava de Grigori Rabinovitch, um agente importante que encabeçava a delegação soviética da Cruz Vermelha em Nova Iorque e que se dizia chamar “Roberts”.

[13Lev Vorobiev, op. cit., p. 59.

[14O projeto para resgatar Mercader ficou conhecido na espionagem soviética pelo nome de “Operação GNOMO”. Os detalhes desse operativo são conhecidos melhor agora graças à publicação do “The Venona Project” pela NSA Agência Nacional de Segurança) dos Estados Unidos. Foram batizadas de “O Projeto Venona” as comunicações secretas das agências soviéticas de espionagem que, durante a Guerra Fria, foram descifradas pela U.S. Signals Intelligence, secretaria de inteligência do Exército.Veja em Guillermo Sheridan, “Rescatando a Mercader (Un episodio del espionaje secreto en México)”, Letras Libres, México, n.º 87, março 2006, pp.62-69.

[15Lev Vorobiev, op. cit., p. 61.

[16Depois da publicação do livro The Mind of An Assassin (1959), de Isaac Don Levine, apareceram testemunhos e biografias sobre Mercader. A investigação mais rigorosa é a do historiador catalão Eduard Puigventós López: Ramón Mercader, el hombre del piolet. Biografía del asesino de Trotsky (Barcelona, Now Books, 2015), que originalmente foi sua tese de doutorado em História.

[17Pável Sudoplátov e Anatoli Sudoplátov, op. cit., p. 111.

[18Marjorie Ross, El secreto encanto de la KGB. Las cinco vidas de Iósif Griguliévich, San José, Farben/Norma, 2004.

[19Pável Sudoplátov e Anatoli Sudoplátov, op. cit.,p. 106.

[20Rodrigo Fernández, “Una española, espía en el KGB”, El País, Madri, 30 de março de 2008, http://www.elpais.com/articulo/portada/espanola/espia/KGB/elpepusoc/20080330elpepspor_12/Tes [Consulta: 13 de agosto de 2020].

[21O jornalista espanhol Rodrigo Fernández supõe que, se é certa a colaboração de África, ela teria participado como operadora de rádio. Isso lhe teria permitido transmitir informação das pessoas infiltradas na casa de Trótski em Coyoacán, como Sheldon Harte ou as empregadas domésticas. Outro jornalista, Javier Juárez, autor de um livro de investigação sobre a espiã espanhola, conclui dizendo: “não existe portanto, à luz da informação atual, uma referência concreta de qual papel desempenhou a espanhola naqueles tempos no operativo contra o líder soviético, para além de atribuírem-lhe um trabalho genérico de vigilância e observação que foi agradecidamente reconhecido por seus superiores em Moscou”. Veja em Javier Juárez, Patria. Una española en el KGB, Barcelona, Debate, 2008, p. 141.
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