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JUSTIÇA PARA MARIELLE | O Estado tem o sangue de Marielle nas mãos! Exigimos investigação independente e punição!

As novas denúncias que intensificam as suspeitas de ligações entre a família Bolsonaro e o assassinato de Marielle Franco, a permanente guerra de versões e obstruções nas investigações, são novas demonstrações de que não podemos confiar nestas instituições! É urgente impulsionar uma mobilização, a única via de obrigar o Estado a cumprir o seu papel e garantir uma investigação independente que garanta a punição dos culpados pela morte de Marielle!

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

sexta-feira 1º de novembro de 2019 | Edição do dia

São quase 600 dias decorridos do brutal assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, e até agora muito pouco se sabe sobre o que está de fato por trás desse crime monstruoso. Com dois suspeitos de executar o crime atrás das grades, seguimos lutando para saber quem foi o mandante do crime.

As novas denúncias que vieram à tona veiculadas pelo Jornal Nacional reforçam as suspeitas de que a família Bolsonaro, histórica defensora das milícias em sua atuação parlamentar e em inúmeros pronunciamentos públicos, pode estar diretamente ligada ao crime. É mais uma hipótese investigativa aberta no caso Marielle, entre várias que surgiram, numa verdadeira guerra de versões e mentiras. Imediatamente, Bolsonaro veio a público se defender de maneira exaltada, em uma live feita no Facebook às 4h da madrugada na Arábia Saudita, onde estava no momento em que a matéria foi veiculada. Não demorou para que Augusto Aras, Procurador Geral da República indicado por Bolsonaro, desacreditasse o relato do porteiro e mandasse arquivar o caso.

O fato é que todas as informações sobre o caso, os depoimentos, as evidências, as pistas, estão nas mãos da polícia, do judiciário, de organismos do Estado que operam a portas fechadas e cujos interesses de demonstram cotidianamente contrários aos dos trabalhadores. Todos sabem das diversas notícias de que setores da própria política obstaculizam e desvirtuam as investigações, alterando e forjando provas. A polícia que investiga o assassinato de Marielle é a mesma que reprime greves e protestos sociais, que promove desocupações, que invade as favelas e morros e assassina crianças como Agatha. O judiciário que controla o caso é o mesmo que esteve a frente do golpe institucional, que ajudou a aprovar ataques como a terceirização irrestrita e que livra a cara de empresários e políticos corruptos a seu bel prazer. Muitos deles, como a procuradora Carmem Eliza Bastos de Carvalho, uma das responsáveis diretas pela investigação a respeito da morte de Marielle, são apoiadores entusiasmados de Bolsonaro e tirou fotos com Rodrigo Amorim, deputado carioca que quebrou a placa da Marielle. Como podem os que investigam o assassinato ter qualquer isenção para investigar o assassinato por parte de milicianos de uma vereadora de esquerda hoje? São esses que estão há 600 dias sem nos dar a resposta que queremos: quem mandou matar Marielle?

Já está mais do que demonstrado que não podemos confiar nem por um segundo nesses canalhas. Que temos que impor com uma grande mobilização que a investigação e punição dos culpados seja efetivada, sem deixar que se naturalize que o Estado burguês pode seguir fazendo o que quiser com nossos mortos, até mesmo quando se trata de uma vereadora de esquerda. É muito grave que siga sem chegarmos à verdade e justiça para Marielle, dando uma verdadeira licença para matar para milicianos e quem quer que seja.

Mas ao mesmo tempo não podemos ter nenhuma ilusão de que sem uma investigação independente, que trabalhe em paralelo e controle todo o processo, será possível chegar a alguma verdade. A investigação do Estado deve ser acompanhada e fiscalizada rigorosamente por uma investigação que seja independente, composta por defensores notórios dos direitos humanos, sindicatos, familiares, parlamentares do PSOL, movimentos sociais e todos aqueles que, ao contrário da polícia e do judiciário, não tem rabo preso com os capitalistas, com milícias e nem nenhum interesse em deixar impune alguém que matou uma parlamentar negra e de esquerda.

Para que isso ocorra, não podemos contar com meras manobras parlamentares e jurídicas, mas só com a mobilização. Por isso, nos somamos às convocatórias de manifestações em diversas cidades após as recentes denúncias reforçando as suspeitas de ligação dos Bolsonaro com os assassinos de Marielle. Não vamos nos calar! Vamos às ruas para exigir justiça para Marielle e Anderson!




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