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CONGRESSO DOS ESTUDANTES DA USP | O Congresso de Estudantes e a Greve na Prefeitura do Campus

O XII Congresso dos Estudantes da USP¹ começará no dia 1 de outubro. Entre mesas sobre a "crise no Brasil", sobre "o que o Zago quer fazer na USP" e Grupos de Discussão sobre a "Redução da maioridade penal e cotas raciais", "Violência nos campi e proibição de festas", "Permanência estudantil e democracia na USP", "Extensão" e "Regime de dedicação integral docente e fundações na USP", todos nós, delegados ou não, estaremos nos preparando para na plenária final poder responder à questão: o que fazer agora?

quarta-feira 30 de setembro de 2015 | 17:25

A reitoria já esfacela as condições de ensino e trabalho, cortando leitos no Hospital Universitário, fechando matrículas das creches e bandejão, a partir da implementação do Plano de Demissão Voluntária. Conforme declaração de Zago em 17 de agosto, "ainda temos muita gordura para queimar”², em referência à sua perspectiva de reduzir o quadro de servidores, de 15 para 3 mil, frente a aproximados 90 mil estudantes³. No entanto, esse congresso se inscreve em meio a uma greve dos trabalhadores da Prefeitura, responsáveis por serviços como limpeza urbana, manutenção e planejamento do sistema viário do campus, entre outros.

Com os cortes feitos pelo PT e PSDB em todas as áreas sociais, qual a educação, é tarefa desse congresso que os estudantes da USP possam emergir com uma política independente dos governos. Para que seja possível, nossa entidade precisa fazer política o ano todo, com entidades proporcionais, a partir das quais as diferentes tendências políticas se expressem e amadureçam conjuntamente as convicções dos estudantes que nelas confiam. Hoje a principal tarefa do congresso é lutar com os trabalhadores contra o desmonte da USP, pela defesa do emprego e contratação de funcionários e professores, para lutar por uma universidade aberta e a serviço da classe trabalhadora.

O exemplo da Prefeitura do Campus4

Os trabalhadores da Prefeitura são historicamente um exemplo para os trabalhadores e estudantes da USP, sendo um dos setores mais abnegados e combativos em defesa da universidade. Hoje, a reitoria os divide para poder melhor atacar aqueles que sempre garantiram seus piquetes e se organizaram politicamente em defesa dos demais, em um momento em que as verbas de cada unidade foram cortadas em no mínimo 20%, chegando a valores como na Faculdade de Educação, com corte de 35%.

Se não bastasse a luta por cotas e por permanência estudantil. Se não bastassem casos escandalosos de conivência com estupradores para salvaguardar o bom nome da instituição e a proibição de festas como solução. Se não bastasse a defasagem nos professores e turmas lotadas. Se não bastassem policiais infiltrados entre os estudantes em nome da nossa segurança. Se não bastasse cada um desses casos em particular, ainda seria correta uma greve estudantil unificada aos trabalhadores.

Os estudantes da FFLCH, em 2002, entraram em greve sem os outros cursos e conseguiram contratação de professores para toda a USP5. Se o congresso é para articular as lutas, temos uma luta real em curso. Podemos ser atropelados pela roda da história, ou tomar o destino em nossas mãos e, junto aos trabalhadores, fazer tremer a burocracia que enriquece ao custo de manter a universidade cada vez mais distante dos interesses da população que mais precisaria que daqui saísse algo de bom.

1) O congresso começa na quinta-feira, no auditório da História. Os outros locais, caso existam, ainda não foram divulgados: https://www.facebook.com/events/1475376829441670/
2) http://www.usp.br/imprensa/?p=51988
3) http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/reitor-da-usp-revela-como-combatera-a-sangria-dos-salarios
4) http://www.esquerdadiario.com.br/Prefeitura-da-USP-vota-greve-contra-o-desmonte-da-universidade
5) http://issuu.com/nelsonfordeloneneto/docs/hist__ria_das_nossas_greves




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