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FUTURE-SE | Novo texto do Future-se quer demissão de trabalhadores para que universidades possam aderir

Projeto "Future-se", que irá abrir ainda mais as portas da universidade pública para a privatização, quer impor que a adesão do programa esteja vinculada à demissão de trabalhadores e professores, além de ampliar empresas que possam fazer parte desse projeto de destruição da universidade pública.

terça-feira 15 de outubro de 2019 | Edição do dia

O Ministério da Educação (MEC) reformulou o projeto "Future-se" que imporá às universidades uma maior abertura para empresas privadas, vinculando suas receitas ao que chamam de "incentivo" por parte das mesmas, somado ao fato de que os cortes da educação irá aprofundar ainda mais o desmonte do ensino superior público.

A máxima expressão dos planos de Bolsonaro e Weintraub para avançar com a privatização das universidades reside no fato de que o projeto impõe que as universidades reduzam o gasto com trabalhadores e professores para aderirem ao programa.

Segundo o projeto, a redução dos gastos constitui uma imposição para todo o contrato que for firmado. Este ponto do projeto irá ferir brutalmente a autonomia universitária e vai garantir que as universidades se vejam obrigadas à aderir ao projeto justamente por que os cortes irão sucatear ao máximo as universidades.

O novo texto elaborado inclui a possibilidade de que os contratos do Future-se com as universidades amplia a gama de empresas privadas que possam lucrar por via do projeto. Além disso, o novo texto também destaca que o Comitê Gestor, corpo responsável por garantir que o programa seja implementado, será composto por representantes das instituições de ensino, do MEC e dos ministérios da Economia e Ciência e Tecnologia.

Como parte desse projeto, Bolsonaro e Weintraub veem avançando contra a listra tríplice dos reitores, colocando as universidades federais sob comando de reitores que sigam a linha política reacionária deste governo.

Entretanto, o Future-se encontra resistência em diversas universidades que vem sendo implementado, e também outras entidades de responsabilidade federal. Exemplos emblemáticos são encabeçados pela Universidade Federal de Santa Catarina ([UFSC -http://www.esquerdadiario.com.br/Estudantes-da-UFSC-realizam-ato-exigindo-nao-punicao-dos-lutadores-pela-educacao]) que rechaçou o projeto do governo em assembleias massivas, com alunos, professores e trabalhadores, deflagrando greve; e também a Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS), que quase por unanimidade votou para depor o reitor escolhido pelo governo Bolsonaro e que segue lutando contra as medidas deste governo.

Veja também: UFFS crava seu rechaço à Bolsonaro: destituição do reitor é aprovada com 94% dos votos

Os ataques aos professores universitários

Weintraub já se referiu aos professores universitários como "zebras gordas", por receberem salários considerados altos por um minsitro que ganha mais benefícios do que qualquer trabalhador poderá sonhar.

O governo Bolsonaro avança contra os servidores públicos e, principalmente, contra professores, ignorando o fato de que a categoria trabalha muito mais horas do que consta formalmente, além dos anos de formação para se dedicar exclusivamente ao ensino e pesquisa.

Com uma política de desmonte dos centros de excelência no Brasil, essas medidas e ataques contra estudantes, trabalhadores e professores, está pautada numa perspectiva de acabar com a pesquisa e o ensino superior no país, levando a cabo o projeto de "fazenda do mundo", reprimarizando a economia brasileira, fomentando por outro lado, o agronegócio e pesquisas científicas servis ao lucro dos ruralistas.

A dívida pública: principal objetivo de Bolsonaro é entregar cada centavo ao capital financeiro

Mesmo analistas burgueses já indicam que, ainda que o governo não tenha feito nenhum estudo sobre o quantos milhões irão resguardar destruindo a educação pública, é totalmente direcionado ao pagamento da dívida pública.

Essa dívida, que é ilegítima, ilegal e fraudulenta, é parte de um dos mais importantes mecanismos de roubo dos recursos brasileiros por parte do capital financeiro. Não se sabe de onde surgiu esta dívida e sabe-se que todos os governos pagaram mais de 1 trilhão de reais por ano apenas para amaciar seus juros.

Saiba mais: Fraudulenta dívida pública aumenta e chega a escandalosos R$ 3,99 trilhões de reais

No governo Bolsonaro, a dívida aumentou para R$ 3,99 trilhões de reais, o que significa que este governo prepara um "pacotão" de ataques contra os serviços públicos para escoar todo dinheiro possível para os bolsos de um seleto grupo de bancos que podem negociar os títulos da dívida.

Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal é responsável por legitimar este roubo contra os trabalhadores, garantindo que toda a verba oriunda de privatizações, concessões e leilões, de empresas estatais e recursos públicos seja destinada ao pagamento da dívida. Justamente por isso, que Guedes e Bolsonaro avançam para privatizar cada centímetro deste país e entregar tudo que for possível aos capitalistas.

A crise capitalista e a resposta que os trabalhadores podem dar

A juventude, que vem se mostrando como linha de frente dos principais processos de luta contra Bolsonaro e seu projeto de governo, precisa estar ao lado dos trabalhadores, pois somente essa aliança explosiva é capaz de responder ao futuro miserável que este governo quer nos impor.

Neste sentido, é imprescindível o não pagamento da dívida pública, que se mostra, até mesmo por analistas burgueses, um dos reais motivos pelo qual avançam os cortes e ajustes contra os trabalhadores.

Somente os trabalhadores e a juventude munidos de um plano de lutas com um programa para responder a crise capitalsita de conjunto é capaz de fazer com que seus responsáveis, ou seja, os próprios capitalista, paguem por ela.




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