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CASO MARIELLE | Novidades tardias sobre o caso Marielle e Anderson escancaram “erros” nas investigações

São 55 dias desde a execução de Marielle e Anderson e as investigações que seguem na mãos do Estado e seu braço armado se mostram cada dia mais ineficientes. Seguimos sem saber a resposta da pergunta “Quem matou Marielle e Anderson?” e agora a reportagem exclusiva da Record denuncia “erros” nas investigações.

terça-feira 8 de maio de 2018 | Edição do dia

Em reportagem exclusiva do programa da Record “Domingo Espetacular” exibida nesse último domingo (06/05), novas pistas foram encontradas na investigação da execução da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes. Segundo a reportagem, "erros" da perícia inicial encobriram pistas essenciais pra resolução do duplo homicídio, como a utilização de uma submetralhadora fabricada na Alemanha, utilizada por tropas de elite (informação esta que estava até então sob sigilo), ao invés de uma pistola 9mm como foi divulgado anteriormente. Semanas e semanas se passaram e seguimos sem informações conclusivas a respeito e este crime segue impune.

Além das absurdas notícias de que a polícia expulsou do local testemunhas oculares do crime, se negando a pegar seus depoimentos, vemos agora que houve "erros" da perícia inicial que impossibilitaram chegar à conclusão de qual arma foi utilizada para a execução do crime. Agora, o próprio Exército informa que vai apurar o caso com a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), órgão que comercializou o produto para a Polícia Federal. Baseado no histórico de atraso e erros nessas investigações até agora, nas denúncias contra as intervenções federais e nas ocupações das UPPs, como é possível confiar nas investigações comandadas pela Polícia Civil, Militar, Federal e pelo Exército?

Outras “novidades” divulgadas são: cinco câmeras que poderiam filmar a execução foram desligadas na véspera do assassinato, só uma pessoa com um extenso treinamento teria capacidade de usar com tamanha precisão essa submetralhadora, essa arma usada existe em pouca quantidade no país e é usada principalmente pelas forças de elite das polícias. Segundo o jornal Extra, o lote das munições usadas na execução foram vendidas pra PF de forma irregular pois estava 185 vezes maior do que o permitido. Outros “erros” apontados são a questão de o IML não ter feito raio-X das vítimas para que pudessem identificar a direção das balas e o carro em que as vítimas estavam estar ao relento desde que foi tirado da cena do crime.

Essas notícias evidenciam ainda mais a responsabilidade direta das polícias e do Estado nesse crime. Somente uma luta massiva vai garantir justiça por Marielle. É preciso seguir a luta nas ruas contra a intervenção federal no Rio de Janeiro e sem nenhuma ilusão nas forças repressivas exigir do Estado uma investigação independente. Temer e a mídia burguesa usaram essa tragédia para tentar fortalecer o discurso pró militarização do RJ, e segundo o jornal O Dia do IG o presidente golpista cinicamente declarou que as investigações estão “adiantadíssimas”.

Exigimos do Estado uma investigação independente, com os parlamentares do PSOL, organismos de direitos humanos, representantes dos sindicatos, intelectuais especialistas na crise social do Rio de Janeiro e outros setores que tenham legitimidade popular com garantia, por parte do Estado, dos recursos para trabalhar, acesso aos arquivos de investigação, contratação de peritos independentes, participar das produções de provas, entrevista com as testemunhas e ter acesso a todo o tipo de informação. Sem isso, vão pesar os milhares de laços que tem a polícia e a justiça com este crime e vai primar a impunidade.

É necessário que o PSOL faça um chamado a todos os que querem justiça por Marielle para uma reunião que discuta um plano de luta urgente, ligado ao combate contra os outros ataques em curso, como a prisão de Lula e os ataques aos direitos econômicos e socias. É urgente uma construção de manifestações combativas e massivas com dezenas de milhares nas ruas, como foram as primeiras que surgiram espontaneamente. Ainda é tempo de organizar uma frente que envolva os mais distintos setores que estejam dispostos a lutar por justiça para Marielle e Anderson e convocar ações massivas. Nos unamos para construir uma grande mobilização a partir dos locais de trabalho e estudo, com o PSOL colocando todos os sindicatos e entidades estudantis que fazem parte, assim como seus parlamentares, a serviço dessa tarefa.




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