Caso Melhem | Novas denúncias de abuso sexual de oito mulheres por Marcius Melhem são divulgadas em revista

Imagem: Marcus Leoni/Folhapress

As acusações foram publicadas em reportagem da revista nesta segunda (14), após ficar censurada por 172 dias, desde o dia 12 de agosto de 2021. A decisão havia sido tomada pela juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a pedido da defesa de Melhem por suposta violação do sigilo do processo judicial.

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Todas as mulheres, entre as quais a humorista Dani Calabresa, depuseram à promotora Gabriela Manssur, coordenadora da Ouvidoria Nacional do Ministério Público, seja em vídeo ou texto. Suas identidades estão sob sigilo.

Segundo os relatos descritos pela revista, o flat alugado pela Globo, que funcionava como redação do departamento de humor, é um dos lugares recorrentes onde ocorreram esses abusos, datados entre 2010 e 2019.

Entre os nojentos abusos praticados por Melhem, as vítimas dizem que o atou tentou avançar sobre uma atriz, só de toalha e com o pênis ereto e pedir sexo oral para outra, como "recompensa" por ter trazido a profissional para a Globo; levar as mãos de mulheres para seus genitais e dizer frases como "você faz parte das minhas fantasias sexuais" ou "como você está gostosa com essa roupa".

O ator receberia as atrizes no flat só de cuecas, ou ainda com as calças abaixadas, ou sem calças. Uma relata ter sido chamada de "piranha", outra que se lembra de ele apontar para o banheiro e dizer "vamos?", em tom sugestivo ao ato sexual

Cinicamente, quando questionado se recebia atrizes de "cuecas, com as calças abaixadas ou sem calças", ele respondeu que isso ocorreu apenas uma vez e que "se tratava de brincadeira e também não tinha conotação sexual".

Os casos envolvem ainda o bar Vizinha 123, em Botafogo, onde testemunhas lembram quando Dani Calabresa foi assediada, ainda segundo a reportagem.

Apesar das denúncias internas à Globo, a emissora e Melhem dizem que ele deixou a empresa "de comum acordo". Ele estava afastado desde março de 2020. Após cinco meses no exterior, voltou ao país, mas não foi reincorporado à empresa.

A revista, no entanto, afirma que teve acesso a documentos que descrevem que o humorista foi punido com demissão após o departamento de compliance da emissora ter encontrado "alegações de práticas abusivas" graves.

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O caso de Melhem é insuportável e asqueroso, ao mesmo tempo que escancara a verdadeira face da hipócrita Rede Globo, que por anos encobriu e se silenciou sobre os casos de assédios morais e sexuais de Melhem. A emissora tenta se colocar como paladina na luta contra as opressões, mas como mostra esse caso, sistematicamente silenciou vítimas de abuso sexual e moral. Ao mesmo tempo, a Globo não só apoiou o golpe institucional de 2016, como foi um dos principais agentes para que ele ocorresse. Golpe esse que abriu espaço para o Bolsonaro e todos os ataques contra os trabalhadores que a Globo também apoiou, os quais levaram a morte de incontáveis negros, mulheres e LGBTs por Covid e pela situação precária da saúde.

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Com todo ódio a Bolsonaro, Mourão, Damares, mas também contra todos os casos de machismo, sexismo e violência contra a mulher, como este de Melhem e da hipócrita Rede Globo, é que devemos ir às ruas no 8 de março, dia internacional de luta das mulheres cuja história remete à organização das mulheres contra o sistema capitalista, para lutar contra todos esses casos asquerosos que acontecem diariamente, confiando apenas na força da luta e da auto-organização das mulheres trabalhadoras que sustentam esse sistema patriarcal que é o capitalismo.