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RETIRADA DE DIREITOS | Nova presidente do TST defende ataques trabalhistas ainda maiores

A ministra Maria Cristina Peduzzi ganhou no dia 9 de dezembro a denominação de primeira mulher a presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST), Em entrevista à Folha, faz a demagogia com a pauta feminista para atacar a classe trabalhadora.

segunda-feira 16 de dezembro de 2019 | Edição do dia

A ministra Maria Cristina Peduzzi ganhou no dia 9 de dezembro a denominação de primeira mulher a presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST), Em entrevista à Folha, faz a demagogia com a pauta feminista para atacar a classe trabalhadora.

Para a ministra que advogou por 27 anos e está a mais de 18 anos no TST, não existe problemas em haver precarização do trabalho, que é preciso atualizar a legislação trabalhista para incluir os avanços tecnológicos trazidos pela economia “on demand”, pela uberização e pelo teletrabalho. Junto a isso ela ainda defendeu os ataques aos diretos trabalhistas de Temer e Bolsonaro, além da MP da carteira de trabalho Verde e Amarelo, e ainda soltou: “Concordo que não beneficia o trabalhador”. Para terminar, ainda faz escárnio:

Vamos acabar qualquer dia desses não distinguindo mais segunda de domingo. Sei lá, talvez [o trabalhador] pode até preferir.

Segundo ela, o feminismo foi fundamental para “conquistarmos posições na sociedade”, que se não fossem por esses movimentos “estaríamos provavelmente hoje bem aquém da igualdade que nós já conquistamos pelo menos no plano formal”. É uma visão de feminismo que ignora as profundas diferenças entre ministras, funcionárias públicas de alto escalão, e terceirizadas da limpeza ou refeitórios. Com uma classe trabalhadora cada vez mais feminina, é uma ofensa defender mais ataques à essas mulheres enquanto se apoia de forma oportunista em toda a história de luta do movimento de mulheres.

Mas não é apenas o feminismo que não enxerga classes sociais que garantiu a sua eleição. “Sempre privilegiei na minha vida o lado profissional. Sempre fui tratada como igual pelos colegas”, ou seja, chegou à presidência do tribunal por mérito, por que sempre trabalhou com esforço e dedicação. Além disso, nessas frases mostra como seu modo de vida não se parece em nada com os setores mais precários dos trabalhadores, notadamente negros e femininos, em que a precarização do trabalho é tanta que impede a sua execução de forma plena.

A primeira mulher a presidir o TST se mostra instrumento da burguesia para aprofundar a miséria da maioria das mulheres. É curioso que não se tenha na entrevista nenhuma crítica ao atual governo, marcado por inúmeras declarações machistas. É mais uma mostra de que não é ascendendo aos mais altos postos na sociedade burguesa que as mulheres podem destruir o patriarcado. À esse se somam os exemplos de Angela Merkel, que aplicou diversos ataques à classe trabalhadora ou até mesmo a ministra Damares Alves.

O movimento de mulheres deve se ligar às lutas operárias, levantado que os sindicatos assumam para si as suas demandas mais sentidas (legalização do aborto, equiparação salarial com os homens, fim da terceirização, construção de creches), contribuindo para a luta contra os ataques ao conjunto da classe.


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TST    Política



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