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CRISE DIPLOMÁTICA VENEZUELA | Nova comitiva de senadores viajará para a Venezuela

Uma nova comitiva de senadores, formada por parlamentares do PT e de outros partidos de centro-esquerda, viajará na próxima quarta-feira para Caracas, a capital da Venezuela, para se reunir com representantes do governo, da oposição e da sociedade civil venezuelana, anunciou nesta segunda-feira o petista Lindbergh Farias.

quarta-feira 24 de junho de 2015 | 00:00

"Nós queremos conversar com todos, vamos conversar com o principal líder da oposição venezuelana - que é Henrique Capriles, que não foi procurado pela comitiva anterior - vamos conversar com as mulheres dos presos da Venezuela, queremos conversar com o governo", disse Lindbergh em entrevista para a "Agência Brasil".

O senador petista criticou a primeira comitiva de senadores integrada por membros da oposição, que viajou na última quinta-feira a Caracas e, segundo os congressistas, foi vítima de atos hostis por parte de manifestantes supostamente identificados com o governo chavista que teriam impedido sua chegada ao centro da capital.

"Agora, queremos ter uma posição equilibrada. A última coisa que nós queremos é que a Venezuela entre num processo de guerra civil. Isso é ruim para a Venezuela, é ruim para o Brasil, ruim para a América Latina", afirmou o senador do Rio de Janeiro.

Para Lindbergh, a situação social e política na Venezuela é "gravíssima" e a comitiva da qual vai fazer parte tem como missão defender no país vizinho a "legalidade democrática e a realização de eleições diretas", que foram anunciadas hoje pelo governo venezuelano para escolher legisladores no dia 6 de dezembro.

Além de Lindbergh, a comitiva contará com Telmário Mota (PDT-RR), Lídice da Mata (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

A comitiva será liderada pelo senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião, do PMDB, e que era próximo do falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

O governo do Brasil lamentou na noite de quinta-feira, por meio de uma nota oficial divulgada pelo Itamaraty, os incidentes ocorridos durante a visita da primeira comitiva, liderada pelo senador e ex-candidato presidencial Aécio Neves, e afirmou que "são inaceitáveis os atos hostis contra parlamentares brasileiros".

Devido ao incidente com o primeiro grupo de senadores que foi a Caracas, o Itamaraty convocou na sexta-feira a embaixadora da Venezuela em Brasília, María Lourdes Urbaneja, e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira pediu esclarecimentos a sua colega venezuelana, Delcy Rodríguez.

A Venezuela, por sua vez, negou ter dificultado a visita ao país de um grupo de senadores de oposição do Brasil e acusou "grupos da direita nacional e internacional" de tentar construir uma "manobra midiática a partir de mentiras".

Os incidentes registrados em Caracas causaram rebuliço durante os últimos dias no Congresso do Brasil e a Câmara dos Deputados aprovou, de urgência, na quinta-feira, uma moção de censura contra o governo de Nicolás Maduro.

Sob pressão diária de derrotas em votações no congresso, queda na popularidade e crescentes impactos no emprego e na renda que a recessão e seus “ajustes” estão tendo, o PT trata de aplacar uma possível crise política com um governo próximo ao país, depois que o PSDB e a oposição de direita tentaram abrir uma crise diplomática entre o governo federal e a Venezuela.




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