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MARIELLE FRANCO PRESENTE! | Nossas entidades estudantis precisam organizar nossa revolta por Marielle

Na UNICAMP, assim como na última quinta-feira, devemos ser parte desse movimento que segue país afora.

segunda-feira 19 de março de 2018 | Edição do dia

Gritamos de ódio e indignação por Marielle e escancaramos a ferida aberta do golpe institucional, seu racismo e violência contra as vidas de milhões todos os dias. Na Unicamp, reunimos centenas em luto e luta. Depois tomamos as ruas de Campinas em milhares. Enquanto isso, os golpistas Temer, MBL e companhia despejam hipocrisia, buscam fortalecer a intervenção federal no Rio de Janeiro e espalham fake news que atacam a luta e a memória de Marielle. Nossas entidades estudantis precisam organizar nossa revolta e mostrar que não descansaremos enquanto não fizermos justiça à Marielle e arrancarmos outro futuro - aquele pelo qual ela dedicou sua vida.

Mulher negra, bissexual, favelada, militante, a 5ª vereadora mais votada do Rio de Janeiro. Foi executada com 4 tiros na cabeça. Quiseram calar a luta de Marielle no estado da intervenção federal, no estado em que a grande maioria da população é esmagada, reprimida, assassinada pela polícia nas ruas, nas favelas, nas escolas.

Querem calar os negros e negras, os trabalhadores e a população que cotidianamente têm suas vidas afetadas, muitas vezes ceifadas, pela crise, pela desigualdade que os capitalistas criam. Em vez de calados, fomos milhões homenageando Marielle e sua luta. Nenhum minuto de silêncio. Choramos o choro entalado. Gritamos a plenos pulmões. Internacionalmente, ouve-se Marielle presente!

Em resposta, Temer vomita hipocrisia e diz que seu Judiciário fará justiça. O mesmo Judiciário que foi peça fundamental do golpe e todos os dias mantém 40% da população carcerária presa sem julgamento. À juventude, aos negros e negras do país, nenhuma confiança nas instituições do Estado, inimigo de todos os dias.

Somente a população e os trabalhadores, suas organizações, sindicatos e movimentos podem estar à frente de vingar Marielle. Precisamos exigir uma investigação independente. Apenas com a nossa luta, que deve seguir, nossos métodos e auto-organização, conseguiremos impor justiça.

Na UNICAMP, assim como na última quinta-feira, devemos ser parte desse movimento que segue país afora. O espírito de junho, contra a polícia e o Estado, fez-se presente em cada palavra de ordem.

Na ordem do dia, está colocado: podemos ser sujeitos de dar uma resposta a tudo isso, fortalecendo nossa auto-organização em cada curso, em cada Instituto, exigindo de nossos Centros Acadêmicos e DCE assembleias nas quais possamos nos expressar e decidir, junto aos milhões país afora, como seguir nossa luta por justiça, contra a intervenção no Rio de Janeiro e a miséria de vida que buscam impor os golpistas.

Assim como os professores municipais de São Paulo em greve, que se enfrentam com a reforma da Previdência de Dória e sua polícia e unificaram seu ato na quinta-feira por Marielle, e assim também como os matalúrgicos da Zona Leste que fizeram ato em sua homenagem pela manhã, na UNICAMP, junto aos trabalhadores, podemos travar esse combate.

Está na hora de superarmos qualquer divisão que possa existir entre cada demanda fundamental de nossas vidas, enquanto estudantes de uma universidade na qual a reitoria sempre que pode reafirma uma “crise orçamentária” e nos ataca, da necessidade de sermos sujeitos políticos de uma crise nacional. O movimento estudantil deve se dar grandes desafios, deve ser aliado da juventude que todos os anos é barrada aos milhares de usufruir e produzir conhecimento na universidade e à qual reservam a precarização da vida e a repressão, por cada um que cai em luta contra esse sistema e por cada lutador que ainda assim segue firme em combate. Assim fortaleceremos nossa organização contra o aumento do bandejão, contra os cortes das bolsas e o grande ataque que é serem vinculadas à progressão do curso, pela contratação de funcionários e docentes e a defesa de seus direitos, em condições dignas de trabalho, contra a terceirização e a presença de empresas que sugam nosso conhecimento.

Para isso, devemos ter nítido que o grupo da Unicamp Apenas Alunos, que conta até mesmo com membro do MBL, o mesmo MBL das mentiras alastradas, está, junto à UJS, mais preocupado em fortalecer alianças com empresas como MC Donald’s e atacar a independência de classe do movimento estudantil via Clube DCE, enquanto negocia contra os estudantes com a reitoria, do que organizar nossa luta, muito menos pela base. As fake news que o MBL e a direita reacionária buscam espalhar sobre Marielle mostram que temem nossa força, motorizada pelo ódio.

Que façamos de nossas entidades e nossos métodos ferramentas de organização da nossa revolta. Cada estudante pode ser sujeito de pensar, discutir e decidir como seguiremos a luta por justiça à Marielle, e assim fortalecer nossa resposta ao golpe e sua podridão para nossas vidas.




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