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Depoimento de André Diego, trabalhador da USP na Creche Central sobre a greve de 68 dias dos funcionários da USP.

segunda-feira 25 de julho de 2016 | Edição do dia

Meu nome é André, auxiliar de cozinha em uma das creches da USP. Junto com os bandejões, compomos a SAS (Superintendência de Assistência Social), uma das unidades mais afetadas pelo desmonte da universidade. Desde 2015 as creches não recebem crianças; com o PIDV o volume de trabalho aumentou expressivamente e todos os dias deixamos nossas saúdes em nossos locais de trabalho em troca da nossa subsistência. Tivemos nossa função extinta e a maior parte dos restaurantes da USP estão terceirizados. Nossos empregos estão em risco.

Sem escolha, centenas de trabalhadores da SAS e da USP toda optaram pelo único meio de luta que possuímos: a greve. Durante 68 árduos dias resistimos aos ataques da administração da USP e do reitor Zago com todo seu aparato repressivo: a perseguição da PM, as mentiras vinculadas na mídia burguesa e principalmente pela subtração dos nossos salários, fonte da sobrevivência de centenas de famílias. Tivemos a privação de um direito, ao alimento, por exercer outro direito, a greve.

Resistimos 68 dias graças a nossa união e ao apoio de milhares de trabalhadores de outras unidades da USP. A greve terminou, o corte de ponto permaneceu, mas saímos de cabeça erguida, pois não aceitamos a triste realidade imposta por uma minoria privilegiada que administra a universidade, pois respondemos ao chamado de nossa categoria e porque voltamos ao trabalho com o que temos de mais valioso, a nossa união.

Permaneceremos organizados para continuar resistindo aos ataques não só aos trabalhadores da USP, mas a toda a classe trabalhadora e a juventude. Não tem arrego!




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