segunda-feira 10 de maio de 2021 | Edição do dia
Nós que compomos a minoria do sindicato dos metroviários, pela Chapa 4 Nossa Classe, viemos defendendo durante toda a pandemia, que na impossibilidade de realizar assembleias presenciais era preciso garantir a democracia de base dos metroviários mesmo que sob novas formas. Há mais de um ano, todas as assembleias têm sido na verdade lives, onde falam somente os coordenadores, o tempo que querem, seguido de falas de outros diretores do sindicato. Depois se abria o processo de votação online, com propostas elaboradas pelos três coordenadores do sindicato (das chapas 1, 2 e 3), sem que ninguém da base, nem nós da diretoria, pudesse fazer outras propostas ou opinar sobre a formulação das que eram apresentadas. Nós sempre aproveitávamos os nossos espaços de fala para dizer que aquele modelo era antidemocrático e que era preciso participação da base onde todos pudessem falar e fazer propostas.
Apresentamos abaixo a carta aberta que enviamos a toda a esquerda, que no sindicato dos metroviários integra as chapas 2 e 3, para defendermos juntos uma proposta de funcionamento democrático das assembleias. com direito a voz e apresentação de propostas para a base da categoria, contra o funcionamento burocrático defendido pela Chapa 1 (CTB/CUT).
Um chamado de unidade à esquerda para defendermos juntos uma proposta por assembleias democráticas com participação da base!
Para fortalecer a construção da greve dia 12, a unidade na luta e o nosso sindicato!
Chapa 4 - Nossa Classe Metroviárixs
É fundamental fortalecermos a unidade de todos os metroviários e metroviárias na luta, frente ao enorme ataque anunciado por Doria e pela empresa. Já estamos vendo que a força da nossa mobilização pode barrar os ataques. Mas só com a nossa firmeza e unidade na luta, pois caso contrário eles vão tentar nos dividir para tirar nossos direitos, enquanto continuam dando subsídios bilionários para os empresários das linhas privadas. Querem inclusive acabar com nossa organização tirando nossa sede, então agora mais que nunca precisamos fortalecer nosso sindicato. E é para tudo isso que é indispensável garantir assembleias democráticas e participação da base sempre.
Nossa categoria será muito mais forte se os trabalhadores na base tiverem protagonismo na decisão dos rumos das nossas lutas. Por isso, o sindicato não pode restringir a participação das e dos trabalhadores a clicar "sim" ou "não" para o que a diretoria do sindicato diz - ou melhor, uma parte da diretoria do sindicato. A base dos trabalhadores precisa poder falar e colocar propostas, assim como sempre foram as assembleias presenciais, e precisamos garantir que mesmo sob novas formas (devido à pandemia) a democracia possa ser garantida e decidirmos sobre como levar a nossa luta até a vitória.
A última assembleia mostrou que a maioria das e dos metroviários defende isso, com 60% dos votos a favor do funcionamento das lives pré-assembleias com abertura de falas para os e as trabalhadoras. No entanto, infelizmente foi aprovado um funcionamento burocrático que não abre espaço para ninguém além dos 3 coordenadores expressar opiniões ou fazerem propostas para a luta: permite apenas uma fala contrária e sem outras propostas, e reduz a participação da base a clicar "sim" ou "não", mesmo sendo uma minoria da categoria que votou por um funcionamento desse tipo. E isso porque a votação foi feita de uma maneira que dividiu em duas propostas os votos da maioria da categoria, que quer assembleia com abertura de falas.
Nós da Chapa 4 - Nossa Classe defendemos que todas as chapas da diretoria do sindicato se expressassem, com uma fala para cada uma das quatro chapas, e que depois as inscrições fossem todas para os trabalhadores e trabalhadoras da base, para aumentar seu protagonismo na luta, o que nos deixa mais fortes. Celebramos os 30% de votos que essa proposta teve. Mas parte da esquerda defendeu outra proposta, também com a abertura de falas, e que teve quase a mesma quantidade de votos, no entanto sem fala para a chapa minoritária do Sindicato e dividindo as inscrições entre a base e os demais diretores do Sindicato.
Então chamamos toda a esquerda, que compõe as chapas 2 e 3 do sindicato, a debatermos para chegar juntos a uma proposta comum, para defendermos em unidade na próxima assembleia, e que expresse a vontade da maioria da nossa categoria que quer assembleias mais democráticas. Chamamos a unidade da esquerda nessa batalha anti-burocrática, contra o modelo que afasta e restringe a participação dos trabalhadores, defendido pela CUT/CTB da Chapa 1, que soltou vídeos dizendo que é "muito cansativo" e "difícil" ouvir as falas da base. Precisamos chegar juntos a uma proposta unificada em defesa da democracia de base na nossa categoria!
