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DIREITOS LGBT | No vai e vem da comissão de direitos humanos, onde ficam os direitos dos LGBT?

Dia de festa para os militantes do combate às opressões? Ezequiel Teixeira é exonerado da Secretaria de Direitos Humanos, mas suas ações deixaram sequelas.

domingo 21 de fevereiro de 2016 | 09:01

Ex-presidente da Comissão de Assistência Social e Direitos Humanos eliminou programas de apoio à comunidade LGBT que sofria e sofre com violência diária e perseguição, deixando vários trabalhadores dos programas que foram desmontados desempregados. O novo escolhido para o cargo também detém de um histórico duvidoso e nos faz questionar se realmente podemos esperar melhoras ou se estamos “trocando seis por meia dúzia”.

O governador do Rio de Janeiro, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Luís Fernando Pezão, mas uma vez reduziu os direitos da população LGBT a uma mera moeda de troca, utilizando-se do sofrimento de inúmeros pertencentes a essa minoria tão marginalizada para se promover socialmente e recrutar eleitores alienados. O político, que se comprometeu a criar mais centros de auxílio para os LGBTs vítimas de opressão, acabou fadando alguns dos já existentes à extinção.

O Pastor Ezequiel Teixeira (ironicamente do PMB), que havia assumido o cargo no último dia 15 de Dezembro, havia se envolvido em polêmicas anteriormente ao, durante a campanha eleitoral de 2014, espalhar por toda a Zona Oeste do Rio de Janeiro uma revista que induzia e solidificava a prática da homolesbotransfobia aos leitores. Tal material, que foi denunciado na época pelo deputado Jean Wyllys (PSOL), tinha como mantra a ideia obsoleta de que “o ‘transexualismo’ (termo utilizado pelos próprios redatores) era uma doença que requeria tratamentos”, associando a transexualidade à pedofilia e outros transtornos psiquiátricos. Fazia, também, menção a uma suposta periculosidade na possível legalização da adoção de crianças por casais homossexuais.

Tivemos, como resultado do seu pouquíssimo tempo no poder, o declínio do Programa Rio Sem Homofobia, que aconteceu paulatinamente e foi acobertado pela mídia e pelos direitistas. Começou com a demissão de 80% dos funcionários do programa – que agora estão enfrentando o desemprego. Depois, foi anunciada a suspensão do Disque Cidadania LGBT. E por fim, veio o desfalecimento dos quatro postos que prestavam auxílio não só jurídico como também psicológico às vítimas de violência motivadas por crimes de ódio.

Felizmente, no último dia 17, Pezão anunciou a destituição do pastor do cargo em que se encontrava, que se deu após polêmicas declarações em que dizia “acreditar na cura gay e apoiá-la” e, ainda, “ser completamente contra a união civil igualitária” – posições totalmente salientadas e estruturadas com base em seus dogmas, que prevaleceram durante a maior parte de seu tempo como secretário, sendo o pilar de muitas das suas atitudes e decisões aparentemente inócuas, mas muito nocivas à população LGBT.

O novo escolhido para ocupar seu posto é Paulo Melo, do PMDB, que alguns anos atrás, quando a questão da cura gay foi levantada na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), afirmou que era a favor do projeto homofóbico e fez, ainda, menção ao conhecido “teste da farinha” como uma maneira útil de identificar homossexuais que precisavam do tal tratamento para “se curar” de sua orientação sexual.

Mais uma vez, nós da comunidade LGBT somos silenciados através de manipulação e armadilhas de alienação, provenientes agora do governador Luís Fernando Pezão, que utilizou cada um de nós como degraus de uma escada para sua ascensão política e social.




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