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ATO EM DEFESA DO HU | No Dia Mundial da Saúde, vamos às ruas em defesa do Hospital Universitário

Babi DellatorreTrabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

Marília LacerdaDiretora de Base do Sindicato dos Trabalhadores da USP-HU

terça-feira 7 de abril de 2015 | 10:17

Está sendo formada uma poderosa aliança entre trabalhadores, professores, médicos, estudantes e a população em defesa da saúde, pela contratação de trabalhadores para o hospital e contra toda iniciativa de privatizá-lo. Essa aliança se expressará no dia 07 de abril às 10h, na praça em frente à Escola Municipal de Ensino Fundamental Brasil Japão, no final da Av. Rio Pequeno.

Sob a justificativa de uma crise financeira, que a reitoria nunca se preocupou em comprovar mostrando os livros de conta da universidade, foram demitidos por via do Plano de Demissão Voluntária próximo de 1.400 trabalhadores para reduzir os gastos com a folha de pagamento. Também foram demitidos trabalhadores terceirizados, em sua maioria mulheres.

A situação da saúde na região já está em colapso. É completamente insuficiente para o meio milhão de habitantes da Zona Oeste, trabalhadores, jovens e donas de casa que se enfrentam com a falta de transporte, de água, tem alimentação e moradia precárias o que os colocam numa situação muito maior de risco à doenças e epidemias. Agora, encontram as portas do HU praticamente fechadas: são 249 trabalhadores a menos, entre eles 18 médicos, 56 leitos bloqueados. É impossível marcar consulta em especialidades como ortopedia, não tem mais pronto atendimento de oftalmologia, além de outros. Existem algumas situações onde as normas que regulam o funcionamento de um hospital não estão sendo atendidas. O mesmo tem ocorrido com o Centro de Saúde Escola Butantã (CSEB), de atenção primária à saúde de 45 mil pessoas. Além disso, os trabalhadores que ficaram estão adoecendo ainda mais rápido do que antes, com tamanha carga de trabalho.

Frente a isso, a Associação de Docentes da USP (ADUSP) e o Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP) entraram com uma “representação” (semelhante a um processo) no Ministério Público para denunciar a política consciente da reitoria de desmontar o HU e toda a USP e, por esta via, pressionar a reitoria para que contrate.

O HU cumpre também um papel fundamental na formação dos estudantes da área da saúde e a universidade deve ter um compromisso com a sociedade, então é mínimo que possa também fazer atendimentos à população local. Ainda que se tivessem as 25 UBS necessárias de acordo com o numero de habitantes, reduziria bastante o atendimento primário que até hoje era feito no HU, podendo este se concentrar no atendimento de nível secundário. Para tudo isso é necessário investimento. O custo para formar bons profissionais que cuidem da saúde da população não pode ser medido com a balança de quem tem sede de lucrar. Os governos e empresários tentam transformar tudo em mercadoria, nossa educação, nosso transporte, além é claro do nosso trabalho dia após dia. Transformam nossa saúde, nosso direito de viver, em mercadoria. E se não podemos pagar por ela, então nossa vida não tem valor.

Pelo direito à vida, à saúde e a dignidade de trabalhar sem adoecer é que vamos todos juntos ao ato dia 07! Chame seus vizinhos, familiares e amigos. Divulgue no seu trabalho, na sua escola e nos comércios. Vamos mostrar toda a força que temos e impedir o fechamento do HU e a defesa do CSEB!

Barbara Dellatorre é representante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do HU
Marília Lacerda é diretora de Base do Sindicato dos Trabalhadores da USP pelo HU




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