Dados foram elaborados e divulgados nesta terça-feira no relatório “Desigualdade Mundial”, que tem como um de seus coordenadores Thomas Piketty. Também se constatou que os 10% mais ricos detém 59% da renda nacional total e os 50% da base ficam com cerca de 10%. Essa é a miséria capitalista nua e crua: enquanto vemos filas do osso e do lixo e milhões de desempregados e em situação de fome, a burguesia segue tendo lucros e uma vida de luxo descarada. O capitalismo precisa morrer!
terça-feira 7 de dezembro de 2021 | Edição do dia
Reprodução/Oxfam Brasil
No Brasil, os os 10% mais ricos do país têm renda média 29,25 vezes maior que os 50% mais pobres da população.
Dados foram elaborados e divulgados nesta terça-feira no relatório “Desigualdade Mundial”, que tem como um de seus coordenadores Thomas Piketty, autor de "O capital no século XXI".
A população adulta brasileira tem renda nacional média de € 14.000, cerca de R$ 43.680 por ano. Os 50% da base ganham em média € 2.800, o equivalente a R$ 8.800 (menos de um salário mínimo por mês), e os 10% mais ricos recebem em média € 81.900, ou R$ 255.760 no período de doze meses.
Os números são calculados com base na paridade do poder de compra, que é uma métrica que compara as moedas de diferentes países através de um índice que mensura o poder de compra.
Além dos números apresentados, se constatou que os 10% mais ricos detém 59% da renda nacional total e os 50% da base ficam com cerca de 10%.
Comparando com outros países, por exemplo, nos Estados Unidos, os 10% capturam 45%, na China, 42%. E, comparando com alguns de nossos vizinhos latino-americanos, esse percentual é de 43% na Argentina e 59% no Chile.
O cálculo considera a quantidade de recursos necessários para adquirir um conjunto de bens e serviços em um país, que pode ser comparada com a de outros.
A renda é medida já levando em conta o pagamento de pensões e outros benefícios, mas antes do pagamento de impostos sobre os rendimentos.
Se olharmos para a riqueza privada, os valores também mostram a concentração de capital existente no país.
A proporção da riqueza privada do Brasil em relação à renda nacional vem crescendo, ainda que de forma mais lenta do que em países como China e Índia.
Essa é a miséria capitalista nua e crua: os capitalistas seguiram e seguem aumentando seus lucros milionários e bilionários em meio a pandemia, enquanto há cerca de 15 milhões de trabalhadores desempregados e mais de 30 milhões de brasileiros vivendo com “até” um salário mínimo, sendo que 20 milhões destes 30, são negros. Nos deparamos com filas de osso e do lixo, com mais de 19 milhões vivendo em situação de fome, enquanto que os capitalistas e seus políticos burgueses e golpistas, como Bolsonaro, militares, Mourão, Congresso, STF e governadores seguem descarregando a crise em nossas costas, realizando não só brutais ataques como as reformas trabalhista, da previdência, cortes e privatizações, mas também empurrando a classe trabalhadora para a miséria, a fome, a precarização e o desemprego.
