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No Brasil de Bolsonaro mais de 60 milhões passam por situação de insegurança alimentar

quarta-feira 6 de julho de 2022 | Edição do dia

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Um recente relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aponta que mais de 60 milhões de brasileiros enfrentam algum tipo de insegurança alimentar. O relatório, divulgado na quarta-feira, também indica que dos 61,3 milhões de afetados, 15,4 milhões estão em situação de insegurança alimentar grave.

O estudo cobre o período da pandemia, de 2019 a 2021, que com a desastrosa gestão de Bolsonaro ceifou a vida de mais de 670 milhões de brasileiros. Em relação ao período de 2014 a 2016 houve um aumento substancial, já que no período em questão a insegurança alimentar atingia 37,5 milhões de pessoas.

A carestia de vida se mostra cada vez mais presente na vida do trabalhador brasileiro, com a inflação deteriorando todos os dias o poder de compra dos salários defasados. O cenário internacional também contribui para isso, com a guerra na Ucrânia afetando os preços dos alimentos e combustíveis em todo o mundo.

A burguesia descarrega toda a crise nas costas da classe trabalhadora, como mostra um estudo do Dieese que aponta a um quadro onde mais de 40% dos reajustes salariais deste ano se deram em índices abaixo da inflação. Segundo dados do Ministério de Trabalho e Previdência acessados pelo Dieese, dentre as empresas que negociaram algum tipo de reajuste salarial, 4 em cada 10 ofereceram um índice abaixo do INPC, 40,8% das negociações salariais. Em abril, somente 8% das negociações salariais superou o índice o INPC.

Para um combate consequente à insegurança alimentar e a fome são necessárias medidas que rompam com o capitalismo e sua lógica de valorização do lucro acima de tudo. Com os salários estáticos e os preços subindo, a classe trabalhadora tem cada vez menos condições de adquirir o mínimo necessário para sobreviver. É necessário que haja um reajuste real dos salários de forma automática e proporcional à inflação.

A reforma trabalhista fruto do golpe institucional de 2016, com seu início no governo Temer e levada à frente por Bolsonaro, é também responsável pelas condições em que se encontram milhões de famílias trabalhadoras e joga a juventude negra a pedalar por 12 horas com comida nas costas e mesmo assim recebendo salários de fome. É preciso que se revogue integralmente a reforma trabalhista, e que se dividam as horas de trabalho entre todos os trabalhadores para que todos possam trabalhar menos sem que isso se reflita em uma redução salarial. Por uma jornada de trabalho de 6 horas diárias em 5 dias na semana. Pelo fim do trabalho terceirizado e uberizado com menos direitos trabalhistas.

Os trabalhadores do setor alimentício podem ser um fator decisivo para o combate à insegurança alimentar e a fome em nosso país. Para que a produção seja distribuída de forma responsável e consequente é preciso que se estatize os serviços desse setor sob controle dos trabalhadores em cada local de trabalho, pois são os mais interessados em entregar alimentos saudáveis para toda a população, e não os capitalistas que somente visam o lucro.




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