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PETROBRAS | “Negociação” do TST: todos da FAFEN continuarão demitidos, Petrobras segue privatizando

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

sexta-feira 28 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Ontem foram realizadas negociações entre a Petrobras, o TST através do reacionário ministro Ives Gandra, e os sindicatos tanto da FUP como da FNP. O resultado da negociação, sem greve, não é diferente do que nós do Esquerda Diário alertamos. A empresa seguirá jogando todos no olho da rua. Essa medida da empresa, com o aval do judiciário acontece ao mesmo tempo que a empresa se mostrou intransigente em outras pautas e está às escondidas promovendo diversas privatizações.

A força da nossa greve permitia muito mais que essa afrontosa situação que enquanto diretores sindicais estão sentados em Brasília com a empresa e o judiciário, um histórico e importante campo de gás, Merluza, está sendo posto à venda. A greve, de 20 dias suspensa após operação de desmonte conduzida pela FUP (saiba mais sobre nosso balanço lendo este link), afetando a produção em mais de 120 unidades tinha força para garantir os mil empregos e a partir disso se enfrentar muito mais radicalmente contra todas privatizações.

Cada petroleiro sabia e sabe que a luta não era somente em solidariedade aos trabalhadores, efetivos e terceirizados, em Araucária no Paraná. Todos sabem que depois viriam os campos terrestres, plataformas, refinarias e terminais. E para Merluza esse amanhã já está acontecendo hoje.

Veja mais:Balanço da grande greve petroleira e perspectivas da nossa luta

O campo de Merluza tem associado a ele um importante gasoduto uqe é parte da espinha dorsal da logística do escoamento do gás natural do pós-sal, e há (ou havia) planos para integrá-lo ao pré-sal tal como já ocorre com Mexilhão. Com essa privatização Bolsonaro e Guedes querem colocar um ponto nevrálgico da empresa em mãos de Shell, Halliburton e similiares. E esta não é a única privatização anunciada ontem enquanto “negociavam”. Vendem os ativos da Gaspetro nas empresas de gás de cozinha, vendem mais ativos de nitrogenados, agora no Mato Grosso do Sul.

Uma clara vitória de nossa greve teria fortalecido toda classe trabalhadora na luta contra as demissões, contra as privatizações e inclusive contra os autoritarismos de Bolsonaro.

Por tradição e/ou ordem judicial a FUP e todos sindicatos, inclusive da FNP, devem promover assembleias até dia 03 para avaliar sua aprovação dessa proposta que mantem as demissões e aumenta o PIDV daqueles que abrirem mão de outros direitos que poderiam ser obtidos via justiça. 

Esse acordo, que ainda não conta com aceite formal ou rejeição pela FUP, foi construído pela manobra judicial, pela chantagem patronal e pelo desmonte
da greve pela burocracia sindical. Nossa força pode muito mais que isso, e tal como opinamos em 20/02 deve ser rejeitado. É possível e necessário lutar pela garantia plena do emprego dos 1mil companheiros da FAFEN. É possível e necessário tirar lições de como nossa greve foi desmontada, para que agora tiremos essas lições para montar nossa organização e consciência para cada nova batalha necessária. Para que toda futura mobilização afete muito mais a produção, garanta uma coordenação dos grevistas, e assim derrote a empresa, o governo Bolsonaro e a justiça precisamos que nos organizemos pela base, construindo um comando nacional, com representante de cada local de trabalho, que unifiquem a categoria, superando a divisão de bases de FUP e FNP e mais que isso, expressa toda o potencial de nossa categoria, que pode e precisa se enfrentar com as demissões e as privatizações.




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