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CORONAVÍRUS | Negacionismo: em vídeo, Bolsonaro diz que coronavírus é uma arma da “guerra nuclear bacteriológica”

O presidente Bolsonaro declarou em vídeo que o novo coronavírus é uma arma parte da “guerra nuclear bacterológica (sic)” e que ao escapar de algum laboratório, começou a pandemia.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

quinta-feira 29 de outubro de 2020 | Edição do dia

Imagem: Sergio Lima/AFP

Ao ser questionado se a pandemia teria sido estratégica para derrubar a economia de alguns países, Bolsonaro respondeu que “os países se preparam para a guerra, com bombas. Aí tem a guerra nuclear bacterológica, que o pessoal mexe com o vírus de laboratório e pode ter escapado isso aí”.

Ao que ele se refere com “guerra nuclear bacterológica”, não se sabe, visto que é mais uma demonstração de seu negacionismo que alimenta teorias da conspiração a la Olavo de Carvalho, seu guru ideológico. Dizer que o novo coronavírus tivesse escapado de algum laboratório, condiz com afirmações já ditas antes que a covid-19 seria “uma arma biológica chinesa”.

Declarações e suposições como essas não faltam vindo da boca da família Bolsonaro. Todas as teorias ao redor da covid-19 foram temas polêmicos na política brasileira e mundial que serviram de justificativa para a falta de investimento nos métodos preventivos e de segurança em meio à pandemia.

Seu negacionismo, tentativas de afrontar e relativizar dados científicos, estão de acordo com o que Bolsonaro declara também no vídeo sobre existir uma “nova ordem mundial”.

Essas e tantas teorias e afirmações acabam por alimentar e estimular sua base de extrema direita, anticiência e negacionista. É assim que Bolsonaro e toda a extrema direita internacional – igualmente vemos Donald Trump se apoiando no negacionismo, seitas que disseminam teorias da conspiração, dentre outros – justificam as políticas de descaso à população trabalhadora, as ofensivas ideológicas que atacam setores oprimidos de mulheres, negros, indígenas e LGBTs, priorizando os planos de ajustes que atendem aos interesses dos grandes empresários e banqueiros.

A eles pouco importa se conseguirão aumentar seus lucros através de políticos democráticos, autoritários, negacionistas ou loucos. E quem protege a manutenção de seus lucros e privilégios não é só a família Bolsonaro, os negacionistas contrários à Ciência e a extrema direita, mas também o setor que, principalmente no início da pandemia, se colocou como “oposição responsável e racional”.

Diversos golpistas, como João Doria, o Congresso e o STF, que apoiados na grande mídia, faziam um discurso democrático e a favor da ciência, mas nos estados que governam, nas políticas e medidas provisórias que aprovam e apoiam, deixam bastante claro como igualmente defendem os interesses e lucros das empresas e não as medidas necessárias para proteção das vidas e direitos da classe trabalhadora e dos oprimidos.




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