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ELEIÇÕES 2018 | Não votamos no PT, mas defendemos o direito do povo decidir em quem votar

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

segunda-feira 10 de setembro de 2018 | Edição do dia

Os personagens do golpe institucional seguem atuando com mil manobras para que estas eleições sejam completamente manipuladas.

Após o veto autoritário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à candidatura de Lula, o ministro do STF Luís Roberto Barroso busca proibir que as propagandas eleitorais do PT façam qualquer menção a Lula. Esta medida é ilegal inclusive do ponto de vista da legislação eleitoral: cada partido e coligação tem o direito de utilizar até 25% do tempo de televisão para figurar apoiadores da campanha.

Veja aqui: Barroso quer suspender ilegalmente a figura de Lula nas propagandas do PT

Rosa Weber, presidente do TSE, negou ao PT um direito que é dado a qualquer partido ou coligação nestas eleições: o direito de mudar de candidato até o dia 17/9.

Veja também: Rosa Weber nega prorrogação e dá ultimato para PT substituir Lula na chapa

As Forças Armadas, por sua vez, não deixam dúvidas de como são um "pilar auxiliar" do golpe institucional e do autoritarismo judiciário nestas eleições manipuladas. Sempre tão submisso às "intromissões na soberania nacional" por parte das instituições imperialistas, o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, disse em entrevista que o parecer do Comitê de Direitos Humanos da ONU em favor de que Lula participe das eleições é uma "invasão à soberania nacional".

Ver aqui: Villas Boas e o papel auxiliar das Forças Armadas ao golpismo judicial

Villas Boas já havia feito isso em tweet no dia anterior do julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal, a 4 de abril, pressionando o STF a não acatar o HC e liberar Sérgio Moro e o TRF4 para prender o líder petista arbitrariamente.

O Exército considera um "ataque à soberania" o direito de Lula participar das eleições. Essa grotesca violação dos últimos vestígios de soberania popular nas democracias burguesas degradadas – o direito da população votar em quem quiser – mostra que a legitimidade de um novo governo vem da chancela da Corte, mas também da caserna.

Em meio a isso, o Comitê de Direitos Humanos da ONU apresentou novo comunicado em que reafirma a obrigação do Estado brasileiro de cumprir a recomendação para garantir a candidatura de Lula.

Veja aqui: ONU reforça resolução que concede o direito de Lula ser candidato

Naturalmente não apoiamos o voto em Lula ou qualquer candidato do PT. O PT, que colocou as tropas brasileiras para oprimir o Haiti, abriu caminho ao golpe institucional quando governou com a direita, assumiu e acobertou métodos de corrupção próprios deste sistema capitalista e atacou os trabalhadores, principalmente com os ajustes no segundo mandato de Dilma Rousseff em 2015.

Entretanto, isso não nos leva a deixar de ver o avanço do autoritarismo judiciário e da direita golpista sobre os últimos vestígios de soberania popular, com seu ódio profundo pelos trabalhadores e a esquerda.

O ápice do autoritarismo judicial e da politização das Forças Armadas em prol do golpe institucional deve levar à defesa irrestrita desses vestígios de soberania popular, na forma da defesa do direito da população votar em quem quiser (inclusive em Lula se assim o desejar).

Por isso, não apoiamos voto em nenhuma das candidaturas do PT. O Esquerda Diário busca preparar, teórica e praticamente, uma esquerda anticapitalista e revolucionária, que aposta que as massas farão sua experiência com o PT e buscarão uma alternativa à esquerda do PT para enfrentar verdadeiramente os golpistas, a direita e os empresários.




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