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RIO DE JANEIRO | Na UERJ estudantes se preparam para o Encontro do Pão e Rosas com emocionante roda de conversa

Roda de conversa reúne mais de 30 estudantes na UERJ e discute qual a saída para organizar um forte movimento de mulheres e LGBT.

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

sexta-feira 28 de agosto de 2015 | 01:26

Como preparação para o Encontro Nacional de Mulheres e LGBT do Pão e Rosas, que acontecerá no próximo sábado em São Paulo, foi realizada na UERJ na última quarta (26), uma roda de conversa organizada por estudantes dos cursos de Serviço Social e Pedagogia, com a participação de mais de 30 mulheres e LGBT. Tendo a presença de estudantes desses cursos, majoritariamente compostos de mulheres, negras, trabalhadoras, e também a presença de estudantes da UFRJ, a conversa expôs a realidade, dentro e fora da universidade, imposta pelos cortes do governo federal na educação, saúde, moradia e os ataques aos direitos dos trabalhadores. Também foi tema de debate como as alianças do governo Dilma com a direita conservadora de Cunha, Marco Feliciano, Jair Bolsonaro e outros, aprofundam a já difícil realidade das mulheres e dos LGBT no país.

"Até quando vão passar por cima de nossos direitos? Mulheres e LGBT qual é a nossa saída?", nome escolhido para a roda, expressa a necessidade de uma organização independente de mulheres e LGBT, tanto da direita conservadora que passa por cima dos nossos "cadáveres" quanto do PT, que durante seus anos de governo a ela se aliou, para que se arranque nossos direitos democráticos como a legalização do aborto, a criminalização da homofobia e a aprovação da lei João Nery.

A roda contou com o grande protagonismo de LGBT e mulheres negras, mães, empregadas domésticas, terceirizadas, trabalhadoras que também estudam na UERJ e expressaram suas lutas cotidianas e de seus conhecidos. Debateu-se os problemas enfrentados dentro do próprio movimento feminista como a transfobia, a urgência pelo reconhecimento do nome social, as dificuldades enfrentadas pelas mulheres trabalhadoras diante da crise econômica e os ajustes aplicado pele governo e a direita e as lutas travadas dentro das universidades, que passa pela permanência, como é o caso da creche universitária, por um currículo que expresse a história desses setores e que coloque o conhecimento produzido na universidade à serviço das mulheres, lgbts e da classe trabalhadora.

A necessidade da construção de uma politica independente, em que as mulheres e LGBT sejam sujeitos, é expressa diante da atuação do grupo Pão e rosas na UERJ no cotidiano da luta pela creche universitária e pela efetivação imediata das trabalhadoras terceirizadas que vivem quase que estruturalmente sem receber seus salários, e contra toda forma de opressão e exploração.

Durante a conversa se expressou como o Encontro do Pão e Rosas será um grande passo para o fortalecimento da luta das mulheres e LGBT dentro da universidade e no conjunto da classe trabalhadora. A roda terminou com o espirito de ir para o encontro e de fortalecer no cotidiano a luta pela creche, contra a terceirização, pela criminalização da homofobia, pela construção de grandes campanhas para arrancar nossos direitos e nos permitam “queimar todos os armários” para que possamos amar quem quisermos e construir nossa identidade de gênero livremente!

No final da roda de conversa foi tirada uma foto em apoio a Gisele Santos, gaúcha que foi brutalmente violentada por seu ex-namorado pelo simples fato de não querer manter mais o relacionamento e teve suas mãos decepadas.




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