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Escândalo | Na Índia, C&A, Zara e Nike pagam menos de um salário mínimo e juntas lucram bilhões

Mais de 400 mil trabalhadores de Karnataka, um dos maiores centros de produção de roupas do mundo, recebem apenas R$ 347,85 por mês de fornecedores da C&A, Zara e Nike, enquanto somente a Zara registrou lucro líquido de 2,5 bilhões de euros nos nove primeiros meses de 2021.

terça-feira 4 de janeiro de 2022 | Edição do dia

Mais de 400 mil trabalhadores de Karnataka, na Índia, recebem menos do que o salário mínimo legal do estado desde 2020. Karnataka é conhecido por ser um dos maiores centros de confecção de roupas do mundo e abastece marcas como Puma, Nike, Zara, C&A e GAP. Segundo o Worker Rights Consortium (WRC), o valor total de salários não pagos até agora é superior a £ 41 milhões (cerca de R$ 308 milhões).

O custo de vida para quem recebe um salário mínimo na Índia aumentou 417 rúpias indianas (£ 4,10 ou R$ 31,15) em abril de 2020. Esse aumento, que equivale a 16 centavos de libra por dia, entretanto, não foi repassado aos trabalhadores durante os últimos 20 meses. Cada trabalhador recebe em torno de £ 83 mensais — o equivalente a R$ 347,85.

"É o maior roubo de salários já ocorrido na indústria da moda", avalia a WRC. "Os filhos dos trabalhadores estão com fome para que as marcas possam ganhar dinheiro", afirmou o diretor executivo da entidade, Scott Nova, ao The Guardian.

Uma trabalhadora disse ao jornal britânico que ganhava cerca de metade do que precisava para cobrir os custos básicos de vida, como alimentação e aluguel: "Ao longo deste ano, só alimentei minha família com arroz e molho de chutney" (...) "Tentei falar com a gerência da fábrica sobre isso, mas eles disseram: ’isso é o que pagamos para trabalhar aqui. Se você não gostar, pode ir embora’"

Agora, para onde foi todo esse dinheiro roubado dos trabalhadores? A Inditex, controladora da Zara, registrou lucro líquido de 2,5 bilhões de euros nos nove primeiros meses de 2021, alta de 272,5% sobre o mesmo período de 2020. A C&A registrou lucro líquido de mais de R$ 300 milhões nos dois últimos trimestres de 2021. Os trabalhadores indianos foram submetidos a absurdos desumanos para que a sede de lucros desses empresários pudesse ser saciada.

Basta! É mais do que urgente que coloquemos um fim nesse sistema de miséria e exploração para podermos viver em um mundo sem classes, um mundo socialista onde a vida e a humanidade venha em primeiro lugar!




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