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Na Argentina grupo Clarin quer colocar famílias nas ruas

Nesta segunda-feira (16) os trabalhadores da AGR-Clarin chegaram em seu locas de trabalho e se depararam com um cartaz dizendo que todos estavam demitidos

quinta-feira 19 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Nesta segunda-feira (16) os trabalhadores da AGR-Clarin, uma das maiores gráficas do pais, chegaram em seu locas de trabalho e se depararam com um cartaz dizendo que todos estavam demitidos. Imediatamente eles se organizaram para se manter na planta e iniciar uma manifestação para resistir aos planos da patronal que, segundo denuncias dos próprios trabalhadores, esta desviando pedidos de impressão e bobinas de papel para outras plantas para poder alegar que esta em crise econômica e justificar as demissões.

Os trabalhadores também denunciam que a verdadeira intenção do grupo Claín é parte de um plano de reestruturação produtiva na fabrica que pretende precarizar a mão de obra demitindo os trabalhadores, que conquistaram direitos em convênios coletivos através de luta, e substituir-los por novos trabalhadores que seriam contratados com salários mais baixos e sem direitos.

Pablo Viñas, representante da comissão interna da AGR-Clarín, criticou duramente a empresa e afirmou que “Vamos defender o convenio, vamos defender os postos de trabalho e vamos defender os direitos da classe trabalhadora”.

Na mesma segunda feira organizações sindicais, representantes de comissões internas de outras gráficas, como da MadyGraf (antiga RR Donnelley, agora gerida pelos proprios trabalhadores depois de uma dura luta contra demissões) e organizações de esquerda realizaram um ato em frente a fabrica que já estava cercada pela policia federal e a tropa de choque argentina. O ato demonstrou apoio a luta dos trabalhadores da AGR-Clarin e traçou planos de atuação em solidariedade para resistir.

No ato, Roberto amador, representando a MadyGraf, destacou que não estamos falando só de demissões, mas que por trás delas há também as famílias dos trabalhadores e seus filhos. Manifestou apoio dos trabalhadores da MadyGraf às ações de luta que estão sendo tomadas. Antiga RR Donnelley, a MadyGraf é uma gráfica que está funcionando sem patrões, sob controle dos trabalhadores desde fins de 2014 quando a patronal quis fechar a planta e demitir os funcionários que resistiram ocupando a fabrica, colocando ela para produzir e se aliando com a população local imprimindo milhares de cadernos para as escolas da região.

Nicolas Del Caño, da Frente de Esquerda e dirigente do PTS, colocou o compromisso de da militância do PTS para enfrentar esta dura luta e denunciou as provocações das forcas repressivas que aconteceram durante o ato. “Esta é uma tentativa de flexibilizar direitos e conquistas, como fizeram com os petroleiros. Vamos pelo triunfo companheiros” agregou o ex candidato presidencial.

O deputado nacional do Partido Obrero, Nestor Pitrola, afirmou que “esta é uma ocupação que esta sendo vista por toda classe operária do pais. Todos ameaçados por esta ofensiva que descarrega a crise dos capitalistas sobre os consumidores, os contribuintes e sobre a classe operária argentina”.

Aqui no Brasil, Michel Temer ataca os direitos dos trabalhadores destruindo a CLT e abrindo livre espaço para que os patrões descontem a crise, que eles próprios criaram em cima dos trabalhadores. Na Argentina não é diferente, Maurício Macri (atual presidente) também segue na mesma linha. Anunciou um acordo feito entre a patronal, o governo e a burocracia sindical para aumentar a exploração na jazida de Vaca Muerta (Neuquen) com a intenção de fazer uma "verdadeira revolução do trabalho" a nível nacional. Neste acordo, a tal revolução nada mais é que baixar os salários e diminuir o quadro de trabalhadores. E assim, o grupo Clarin segue o mesmo exemplo.




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