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GOVERNO BOLSONARO | Mourão dispara novamente contra o regime de 88: "A Constituição engessa o país"

O vice-presidente Hamilton Mourão deu uma entrevista divulgada hoje, dia 28 de dezembro ao Jornal Valor. Mantendo sua retórica tradicional, atacou o funcionalismo e questionou a constituição.

sexta-feira 28 de dezembro de 2018 | Edição do dia

Imagem: (Foto: Antonio Cruz/ABR)

O General há pouco no centro dos holofotes da política nacional e já é um personagem marcado por polêmicas de toda ordem. É conhecido pelo pouco filtro em seus pronunciamentos marcadamente comprometedores. O racismo de Mourão, seu caráter anti-operário, e neo-liberal a lá Pinochet por vezes descambam para um direitismo para além do que deseja, impressionantemente, o ultra-direitista Bolsonaro. Os dois vem divergindo em pontos fundamentais que podem trazer maremotos em um futuro próximo no seio do próximo governo.

Na entrevista, Mourão reafirmou seu ódio ao funcionalismo público, para reduzir o que chamou de "igrejinhas", "tem que ser um processo de estrangulamento", citando a aprovação do SampaPrev em São Paulo, aprovada debaixo de tiros e bombas contra os professores e servidores municipais.

Como é de praxe em seu repertório reacionário, Mourão colocou em xeque a constituição de 88. Anteriormente, o general já havia afirmado que a "Constituição não precisa ser feita por eleitos do povo".

Ele também disse que o papel do governo é se livrar de gastos "Temos muito para fazer, na realidade, pra desfazer. Um desmanche, se fizer um desmanche." e, seguindo a cartilha neo-liberal de Pinochet afirmou: "Não pode ser bonzinho (...) chefe bonzinho morre coitadinho".

Novamente questionou os limites de qualquer aproximação do Brasil, os EUA e Israel. Segundo o general, abertura comercial deve ser estudada em seus mínimos detalhes. Disse que sua equipe apresentará ao presidente uma visão sobre o peso de tais decisões. Dessa forma, ele faz parte de uma ala mais pragmática do governo que propõe acordos mais moderados, junto a uma fatia considerável da burguesia brasileira que tem muito a perder com o afastamento da China, como o Agronegócio.

O General não quis comentar sobre o caso Queiroz, que ontem declarou a movimentação de 1,2 Milhões se deu por uma suposta venda e revenda de carros. Disse que isso é um problema do MP do Rio de Janeiro.

Os ataques que estão colocados a plano federal e que o general anuncia com a maior naturalidade só podem ser enfrentados com uma ampla unidade da classe trabalhadora e de todos os setores oprimidos na ação. Para isso, as centrais sindicais precisam romper com sua paralisia e conformismo frente ao governo Bolsonaro.

A entrevista completa pode ser encontra no Jornal Valor.

Fonte de Informações: Valor




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