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LAVA JATO CONTRA OS POBRES | Moro defende redução da maioridade penal e encarceramento ao lado de Eduardo Bolsonaro

segunda-feira 17 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Eduardo Bolsonaro (PSL) entrevistou Sérgio Moro na estréia de seu programa no Youtube. Com o irmão nos holofotes - pela relação direta com o miliciano Adriano da Nóbrega, citado como integrante do esquema de rachadinha que implica Flávio Bolsonaro, segundo a investigação do Ministério Público - Eduardo Bolsonaro tenta faz o clássico programa ’chapa branca’, entrevistando o homem que ajudou a eleger seu pai.

Moro, neste programa, revela suas profundas ligações ideológicas com o bolsonarismo. É o Moro sem a maquiagem da Rede Globo. Perguntado sobre o recorde de pessoas encarceradas no Brasil - pessoas que são em sua maioria esmagadora, negras ou pobres, revelando o racismo da política de encarceramento - , Moro afirmou:

“Isso é um pouco questionável. Em número absolutos a população carceraria do Brasil é elevada. Mas somos um dos países mais populosos do mundo. Se for considerar taxa de cada 100 mil habitantes, o Brasil não fica em uma posição ruim”

Mas é claro que Moro não comentou nem foi perguntado sobre o fato de que um a cada três presos no Brasil sequer foi julgado, cumpre pena por um sistema judiciário e policial racista e anti-trabalhador, defensor da propriedade privada dos capitalistas contra os pobres. Pelo contrário, afirma Moro: “Acho que no Brasil estamos bem, no caminho certo, de reduzir a impunidade a todo tipo de criminalidade."

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Questionado ainda sobre outras medidas repressivas, agora especificamente contra a juventude pobre e a juventude negra, das favelas e das periferias aonde vivem a maior parte da classe trabalhadora, Sérgio Moro revelou seu apoio ao projeto de redução da maioridade penal:

“Existe uma proposta no Senado, que está parada. Eu, a princípio, sou simpático à redução da maioridade para 16 [anos] para crimes gravíssimos”

Nenhuma surpresa para aqueles que (como o Esquerda Diário) sempre denunciaram que o golpe institucional, orquestrado pela Lava Jato junto com a mídia, visava sequestrar os direitos democráticos e os direitos políticos da maioria da população, para à partir daí aumentar a repressão que pesa, sobretudo, nos ombros da juventude trabalhadora, dos negros e dos mais pobres, vítimas do racismo e do capitalismo defendidos arduamente por Moro e Bolsonaro.

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O coquetel de ataques do golpe, como Moro, judiciário, Bolsonaro, militares, Damares, Weintraub, é de conjunto a defesa dos interessas de uma elite que no fundo pensa como Guedes - odeia as empregadas domésticas assim como odeia a todos os que realmente produzem as riquezas deste país. São os verdadeiros parasitas, no poder, como carrapatos sugando o sangue da classe trabalhadora.

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O projeto repressivo ’casa’ com o projeto entreguista, no qual a Petrobras foi alvo - primeiro dos políticos corruptos e depois da própria Lava Jato. Enquanto é muito duro com os pobres, a verdade é que Moro e os procuradores da Lava Jato presentearam os ricos e poderosos - que colaboraram com as delações premiadas - com impunidade, e se investiga hoje denúncias de casos de proteção a doleiros pelos próprios procuradores do MPF.

Contra estes ataques, é fundamental apoiar a greve dos petroleiros, para lutar contra o projeto repressivo e o projeto entreguista - um mesmo projeto - que ataca todos os direitos dos trabalhadores e entrega as riquezas do nosso país para as multinacionais, enquanto ao mesmo tempo prolifera a miséria e o desemprego, a precarização das relações de trabalho, que andam lado à lado com a repressão policial, em uma política que leva a quase todos meses haver crianças assassinadas pela PM do Rio de Janeiro, ou casos como o de Paraisópolis em SP, enquanto centenas de milhares são encarcerados no país que já é a quarta população carcerária do planeta.

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Link do programa: https://www.youtube.com/watch?time_continue=49&v=h-yZs5pV1ao&feature=emb_logo




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