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INTERVENÇÃO FEDERAL | Moradores relatam ameaças, roubos e agressões dos militares da Intervenção Federal do Rio

Uma análise feita através de relatos dos moradores das favelas cariocas, mostraram mais de 30 tipos de violações feitas pelos militares na Intervenção Federal do Rio de Janeiro. Entre os tipos de violações, estão ameaças e agressões físicas. roubo, violência sexual, execução e etc. Deixando claro a brutalidade e os abusos feita pelos militares.

quinta-feira 27 de setembro de 2018 | Edição do dia

O projeto Circuito Favelas por Direitos, coordenado pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Estado do Rio, coletou mais de 300 relatos anônimos e espontâneos de moradores de 15 comunidades do Rio de Janeiro. O monitoramento realizado pelos relatos, identificou 30 tipos de violações de direitos cometidos pelas Forças Armadas e pelas polícias em territórios ocupados ou historicamente a pela violência militar.

Os relatos mostram os abusos que os militares cometem nas favelas cariocas ocupadas, além da brutalidade de suas ações nas favelas. Em um relato de um morador dessas comunidades, mostra esse abuso: “O Exército entrou aqui no bar e roubou o X-box do meu filho, comeu nossa mercadoria, levou a bebida, foi mais de R$ 4 mil de prejuízo. A gente trabalha para ter esse pouco e eles fazem isso”. Em um relato de outro morador, ele fala: “Aqui eles tratam todo mundo como se fosse bandido. Ou é mãe e pai de vagabundo; se é mulher, é mulher de vagabundo; se é criança, é filha de vagabundo; tem 99% de morador, de trabalhador, mas eles acham que todo mundo é bandido”.

O ouvidor-geral da Defensoria, Pedro Strozenberg, faz afirmações sobre os relatos, e pondera que “os mortos são expostos pelos dados da saúde e, em casos mais expressivos, como nas chacinas, destacados na mídia”, e também diz: “Mas as violações ficam silenciadas, transformando-se em sofrimentos patrimoniais, físicos e emocionais. São relatos que expõem o cotidiano perverso de medo e invisibilidade em que centenas de milhares de pessoas no Rio de Janeiro se encontram submetidas”.

O relatório destaca que há “um conjunto de violações cotidianas que não ganham estatísticas oficiais, mas contribuem imensamente para gerar sentimentos múltiplos de medo, desesperança e revolta em moradores de favelas e periferias”. Ou, segundo outro relato de um morador ouvido pelo Circuito, na favela “falta tudo, falta luz, falta água, falta professor e médico; só falta polícia”. Os 30 tipos mais frequentes de violações foram divididos em cinco blocos - violação em domicílio, abordagem, letalidade provocada pelo Estado, operação policial e impactos - e foram definidos a partir de relatos de furto;roubo por parte de agentes de segurança, dano ao patrimônio, violência sexual, extorsão, ameaças/agressões físicas, execuções, e etc.

O documento mostrando o levantamento das violações através dos relatos dos moradores, deixa claro que a Intervenção Federal no Rio de Janeiro não está para combater a criminalidade, e sim para a reprimir os trabalhadores e os moradores das favelas cariocas. As Forças Armadas, em ações nas favelas junto com a polícia, assassina brutalmente a população dessas favelas, principalmente a juventude negra. A solução do quadro de violência no Rio de Janeiro apenas pode acontecer mediante a legalização das drogas e um programa anticapitalista que pleiteie o não pagamento da dívida pública, com seus recursos sendo investidos na criação de empregos, na melhora nas condições de vida da população e na redução das desigualdades sociais. indicadores sociais.




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