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GOVERNO BOLSONARO | Ministro da Saúde já propôs decidir quem vive ou morre como política de saúde pública

O novo ministro da Saúde de Bolsonaro, escolhido pelo militares; o oncologista Nelson Teich, já disse em abril do ano passado que o dinheiro para Saúde é "baixo" no Brasil e, por isso", devem ser feitas "escolhas". Ele propôs o seguinte dilema: um idoso com problemas de saúde "que pode estar no final da vida" ou um adolescente. "Qual vai ser a escolha?".

sexta-feira 17 de abril de 2020 | Edição do dia

Nelson Tech, foi anunciado por Bolsonaro esta tarde como novo Ministro da Saúde perante o anúncio da demissão de Luiz Henrique Mandetta, após toda uma sucessão de ameaças e até das “mediações” nada inocentes da ala militar do governo. Saiba mais aqui. Mandetta que se fortaleceu politicamente frente a crise da COVID-19 por se opor ao negacionismo de Bolsonaro e defender a quarentena que há pouco mais de um mês de crise se mostra insuficiente para frear as mortes em decorrência da pandemia, e que apesar de se projetar como “sensato” junto aos governadores, o STF e o legislativo, sempre defendeu a privatização do SUS, sendo também responsável pela situação de calamidade pública que vivemos hoje.

No entanto, o futuro ministro que se diz à favor do isolamento social tem uma trajetória que justifica em muito sua indicação, disse em abril do ano passado um vídeo institucional produzido pelo Instituto Oncologia num fórum nacional sobre oncologia, em Brasília, nos dias 16 e 17 de abril do ano passado, que o dinheiro para Saúde era baixo no Brasil, fato que todos, mas na continuidade de sua declaração disse que “por isso”, devem ser feitas "escolhas", e propôs o seguinte dilema: “um idoso com problemas de saúde que pode estar no final da vida ou um adolescente. Qual vai ser a escolha?". Ou seja, Tech, assim como Bolsonaro, assume a insuficiência dos investimentos em saúde - fato que todo trabalhador por menor instruído que seja sabe, afinal são exatamente os trabalhadores que vivem as duras consequências desse fato, no entanto se mostra profundamente alinhado aos governos, que com viés mais ou menos negacionista, não deixam de escancarar a todo o tempo que ante a vida dos trabalhadores estão os lucros do capitalistas.

Se há um ano atrás onde sequer imaginávamos o momento em que vivemos agora Nelson Tech já propunha rifar a vida de uma parcela da população - os mais velhos e também castigados por medidas como a Reforma da Previdência aprovada por Bolsonaro com ajuda do Congresso e do Senado que hoje querem aparecer para o povo como alternativa à essa crise, hoje frente à essa pandemia de proporções mundiais já sabemos que é a vida da população mais pobre que e entre ela dos setores mais vulneráveis e precários que não será priorizada, ainda mais frente à ineficácia dos governos como Doria (mas que estão espalhados por todo país) que não garantem sequer EPIs para os trabalhadores da saúde, tão poucos os testes massivos necessários ou equipamentos no SUS para que não morramos. Pelo contrário, salvam os bancos e os empresários com trilhões, enquanto em todo o país se aprofunda o número de demissões e acordos salariais onde os trabalhadores saem perdendo em nome dos lucros dos patrões.

A crise que vivemos não foi provocada pelo coronavírus, ela foi aprofundada pela pandemia e se soma à crise econômica e política gestada e é fruto da gestão capitalista, que não é capaz de enfrentar um vírus e produz outras barbáries em decorrência da sua irracionalidade que ante a vida, defende o lucro dos capitalistas. Enquanto isso, os sistemas de saúde dos Estados estão entrando em colapso, pessoas estão morrendo sem serem diagnosticados; e as medidas que foram tomada, tanto por Bolsonaro, Mandetta, governadores e o Congresso; foram completamente insuficientes frente a essa pandemia; enquanto aprovam inúmeros ataques aos trabalhadores como a MP da morte, e a carteira verde-amarela. Onde além da doença, os trabalhadores têm que se preocupar com o desemprego e a fome.

Frente a esse cenário, é necessário urgentemente que tenha testes massivos para que toda população possa saber se está infectado pela doença, para saber quem são as pessoas que devem ser isoladas e tratadas de forma adequada. É necessário que todo o sistema privado de saúde seja controlado pelo Estado e aberto a todo o público para que possam ser atendidos, e que possa ter mais leitos. Assim como a reconversão de toda indústria que está aberta hoje para produzir carros, cosmeticos, e entre outros produtos para o consumo; em ter toda a sua produção girada para produzir respiradores, álcool em gel, EPIs, entre outros equipamentos no combate massivo ao COVID-19. É necessário que os trabalhadores se coloquem à frente dessa situação, para se mobilizar contra os ataques que o governo descarrega em suas costas, e que assumam o controle e tomem as decisões para enfrentar a crise do coronavírus, e que seja os capitalistas que paguem ela.




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