Documento enviado a CPI demonstra a compra de máscaras improprias para os profissionais da saúde e com o preço muito acima do praticado no mercado. Os produtos ficaram parados nos estados devido à impossibilidade de uso.
quarta-feira 2 de junho de 2021 | Edição do dia
Foto: Reprodução Folha
Os produtos foram comprados durante o mandato de Luiz Henrique Mandetta. Durante a gestão de Pazuello foram distribuídos os materiais que ficaram em estoques e não foram recolhidos. Ao todo a pasta adquiriu 40 milhões de máscaras KN95, que posteriormente foi contra indicado para o uso pela Anvisa. Apesar de nas embalagens dos produtos constar a inscrição “non-medical”, foram gastos 350 milhões de reais para aquisição das máscaras.
O documento que mostra a transação foi obtido pela CPI dentro de um inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF) que investiga a compra. A proposta da empresa escolhida, sem licitação, tinha um preço superior à média de preços cobrados por empresas contratadas anteriormente. Cada KN95 custou R$ 8,65. Outras três propostas apontaram preços menores: R$ 3,33, R$ 5,69 e R$ 7.
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Para justificar a compra das máscaras, a coordenação do Ministério da Saúde citou que medida provisória permitia contratações por valores superiores. “A compra emergencial, por si só, tende a não favorecer a obtenção da proposta mais vantajosa para a administração, devido ao curto prazo para sua efetivação e o enxuto prazo para entrega” diz o órgão.
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