Mineiros da Colômbia exigem que seu governo pare de exportar carvão, metais e minérios para Israel, se opondo ao genocídio contra o povo palestino perpetrado pelo Estado de Israel.
segunda-feira 6 de novembro | Edição do dia
Mineiros da Colômbia organizados no sindicato Sintracarbón lançaram uma carta exigindo que seu governo pare imediatamente com as exportações de carvão e de metais para o Estado racista de Israel. Em uma carta lançada nas redes sociais, os trabalhadores comparam a ocupação israelense e de seu exército com o holocausto nazista.
"Rejeitamos qualquer ação que tenha civis como alvo, especialmente crianças, mulheres e pessoas idosas, que estão sendo massacradas neste momento pelo governo de Israel em resposta à infame e covarde ação de um grupo que não representa a totalidade do povo palestino.", diz a carta.
"A resposta do governo israelense foi descrita pelo presidente Gustavo Petro como similar ao que aconteceu nos campos de concentração nazistas" continua a carta escrita pelos trabalhadores. A publicação da carta vem no contexto da ruptura das relações diplomáticas entre a o governo de Petro e Israel.
No comunicado, os trabalhadores relembram que os acordos comerciais entre a Colômbia e Israel incluíram, historicamente, o treinamento militar oferecido pelo Estado de Israel para os grupos paramilitares de extrema-direita que perseguiram os sindicatos e movimentos de esquerda no país:
"O carvão, os metais, os combustíveis e os minérios enviados para Israel estão conectados com o papel que Israel cumpriu no treinamento das forças militares, paramilitares e de mercenários que foram responsáveis por exterminar o movimento sindical colombiano e o movimento político da União Patriótica, produzindo mais de 465 mil assassinatos, 6 mil execuções extrajudiciais, 120 mil desaparecimentos forçados e incontáveis violações de direitos humanos que nosso país sofreu, no qual Israel foi um dos atores armados responsáveis por estas graves violações."
No final, a carta faz um chamado à todos trabalhadores para parar a produção e boicotar ativamente as relações comerciais e diplomáticas com Israel:
"Chamamos o movimento sindical do mundial, especialmente do setor energético e mineral, a parar a produção de metais, minerais e combustíveis usados nestas guerras, porque o planeta está à beira de uma nova guerra mundial e só os trabalhadores podem parar essa ameaça à existência humana".
Leia abaixo a carta na íntegra:
Mining workers in #Colombia call the government to “suspend the shipment of Colombian coal, or any other metal or mineral to Israel.”
Action by workers & their unions can change the course of history! #ceasfireNOW #stoparmingisrael pic.twitter.com/6FgoTi2N3S
— Workers in Palestine (@WorkersinPales1) November 5, 2023