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INTERVENÇÃO FEDERAL NO RJ | Militares fazem combate seletivo do crime organizado, poupando territórios das milícias

A necessidade da intervenção federal foi propagandeado como uma forma de golpear o crime organizado, ressaltando tanto o combate com as facções como contra as milícias. Entretanto, sete meses depois do início das ações com apoio dos militares, nenhum território da milícia teve nem sequer uma rua ocupada.

quinta-feira 8 de março de 2018 | Edição do dia

No início das operações o então ministro da Defesa, Raul Jungmann (atualmente no Ministério Extraordinário de Segurança Pública) alegava que o foco seria “golpear o crime organizado” de modo geral, ressaltando tanto o tráfico de drogas como o as milícias.

Entretanto, sete meses depois do início das ações com apoio dos militares e tendo ocorrido 20 operações em favelas e zonas carentes do Rio, nenhum território da milícia teve nem sequer uma rua ocupada.

Do total de ações com militares, 11 foram em locais dominados pelo CV (Comando Vermelho), a maior facção criminosa do Rio. Em cinco ocasiões, deu-se prioridade onde há disputa entre CV, TCP (Terceiro Comando Puro) e ADA (Amigos dos Amigos). Outras quatro foram em locais dominados por TCP ou ADA.

Esta seletividade das ações de combate à criminalidade evidenciam a hipocrisia do discurso de guerra às drogas, enquanto se combate o braço do crime organizado ligado aos traficantes, é poupado o braço ligado às milícias, que estão vinculadas às instituições e figuras públicas.

A intervenção federal, bem como as ações militares antes dela, foi decretada supostamente para que os militares combatessem o crime organizado e restaurassem a credibilidade das forças de segurança do Rio. Entretanto, como demonstra o transcorrer das operações, novamente o discurso de guerra às drogas foi utilizado de forma retórica, e eleitoreira por Temer, com o objetivo de aumentar a repressão sobre as populações das favelas e comunidades, nos locais dominados pelas facções enquanto são poupadas as áreas dominadas pelas milícias.




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