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DISPUTA STF E EXÉRCITO | Militares defendem Villas Bôas e hipocritamente criticam deputado bolsonarista preso

Militares afirmaram que Villas Bôas foi mal-interpretado, mas que o vídeo de Daniel Silveira é "lamentável e uma coisa baixa". Isto faz parte da aparente disputa entre os militares e o STF neste momento, depois de colaborarem na Lava-Jato e no golpe.

quinta-feira 18 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Membros da cúpula das Forças Armadas defenderam o general Villas Bôas, que assumiu a participação do Exército nos tweets publicados por ele antes do julgamento do Habeas Corpus de Lula em 2018. Hipocritamente, criticaram a publicação de Daniel Silveira, deputado bolsonarista que fez apologia ao AI-5 em vídeo.

Os generais da ativa e da reserva, alguns deles parte do governo, disseram que as declarações de Villas Bôas foram mal interpretadas pelos ministros da corte. Para eles, alguns dos quais integravam já na época o comando do Exército e participaram da formulação do Tweet, Villas Bôas estava apenas manifestando uma insatisfação com a sensação de impunidade que havia, não tendo, portanto, tom de ameaça à corte. Agora numa aparente disputa, Forças Armadas e STF buscam esconder que estiveram lado a lado apoiando a Lava Jato e sendo parte do projeto do golpe.

Leia mais: As disputas entre o STF e as Forças Armadas reatualizam a luta contra o regime do golpe institucional

As declarações feitas em condição de anonimato por esses membros do exército foram dadas à Folha. Junto com o apoio ao general Villas Bôas, também criticaram o deputado bolsonarista Daniel Silveira, que em resposta ao ministro do STF Edson Fachin sobre o lançamento do livro de Villas Boas, fez apologia do Ato Institucional número 5, instrumento de repressão da ditadura militar, e ao fechamento do STF.

A cúpula do exército, que também é parte do governo Bolsonaro, tenta se descolar um pouco dessa extrema direita que defende o AI-5 e que chegou a quebrar a placa em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco, executada em meio à intervenção federal no Rio de Janeiro, mas não passa de demagogia.

Bolsonaro segue dizendo que o torturador Coronel Brilhante Ustra é um herói nacional e também fez parte no ano passado de uma manifestação que pedia intervenção militar e um novo AI-5. Pela primeira vez na história o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) não abordou o tema da ditadura. Estes são alguns exemplos, entre tantos existentes, de que Bolsonaro e o Exército são saudosistas da ditadura e do autoritarismo contra os trabalhadores.

Leia mais: Daniel Silveira e a disputa entre STF e militares: precisamos enfrentar todo o regime golpista




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