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Índia | Milhões de trabalhadores estão em greve na Índia contra o governo Modi e por melhores condições de trabalho

Se estima que milhões de trabalhadores indianos participem da greve nacional de 48 horas que começou nesta segunda-feira contra as políticas do primeiro-ministro Narendra Modi, que busca privatizar bancos e várias empresas estatais. Os manifestantes também exigem a regularização dos trabalhos informais, aumentos salariais, um plano para os desempregados (principalmente os jovens) e direitos para os agricultores.

segunda-feira 28 de março de 2022 | Edição do dia

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Milhões de trabalhadores iniciaram uma greve nacional de dois dias na Índia nesta segunda-feira para expressar sua indignação com as políticas econômicas do governo e exigir melhores direitos aos trabalhadores industriais, funcionários públicos e agricultores.

Cerca de uma dúzia de sindicatos organizaram a greve e exigem ao governo de Narendra Modi que forneça acesso universal à previdência para trabalhadores informais e sem sindicato (que representam cerca de 80% dos 470 milhões de trabalhadores da Índia) e que aumente o salário mínimo, além de iniciar um programa de garantia de emprego e que interrompa a privatização dos bancos do setor público.

Os grevistas também exigem que o governo abandone os planos de vender outros ativos estatais.

Os chamados de greve foram feitos por sindicatos de diversos setores, como carvão, siderurgia, petróleo, telecomunicações, correios, cobre, bancos e seguros, entre outros.

Sindicatos dos setores ferroviário e de energia realizaram grandes mobilizações em apoio à greve em centenas de lugares.

Embora o primeiro dia da greve tenha tido pouco impacto na capital da Índia, Nova Délhi, e no centro financeiro de Mumbai, o cotidiano foi interrompido em outros lugares, inclusive no sul de Kerala, onde o governo estadual, encabeçado pelo opositor Partido Comunista da Índia, apoiou o protesto. Em alguns estados, manifestantes bloquearam rodovias e ferrovias, interrompendo o transporte público.

O Congresso Sindical de Toda a Índia, um dos maiores sindicatos do país, disse esperar que dezenas de milhões de trabalhadores formais e informais se juntem à greve, embora o número não tenha sido verificado de forma independente.

Alto desemprego

A expectativa era de que os serviços essenciais dos bancos, transportes, ferrovias e eletricidade se mobilizassem em vários estados. Vários bancos do setor público, incluindo o maior credor da Índia, o estatal State Bank of India, disseram que os serviços bancários podem ser afetados, já que muitos funcionários devem participar da greve.

Enquanto a economia da Índia mostrou uma recuperação pós-choque durante os dois primeiros anos da pandemia, muitos empregos desapareceram, com o desemprego subindo para 8% em dezembro.

O governo Modi já lidou no ano passado com enormes protestos de agricultores exigindo a revogação de novas leis agrícolas que havia anunciado como reformas necessárias, mas que na verdade significavam entregar terras, colheitas e todo o negócio para grandes multinacionais agrícolas.

Os protestos dos agricultores, que provocaram meses de greves, piquetes e marchas, forçaram Modi a recuar um pouco logo antes das eleições estaduais cruciais que seu partido acabou vencendo. Estes são os primeiros grandes protestos no país após as eleições.

Agora, o governo Modi está usando a mesma desculpa novamente, mas sobre bancos e empresas estatais, dizendo que as privatizações ajudarão a reformar o setor bancário e que a venda de ativos ajudaria a arrecadar dinheiro para estimular o crescimento econômico. No entanto, como visto na greve que acaba de começar e que poderia seguir os passos do protesto de agricultores e camponeses no ano passado, ninguém acredita que essas medidas neoliberais serão favoráveis ​​aos trabalhadores e ao povo da Índia.

Fontes: CBC, The India, Hindustan Times




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