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Guerra na Ucrânia | Milhares de pessoas tomam as ruas da Albânia contra o aumento dos alimentos e combustíveis

O aumento de alimentos básicos como pão e combustível devido à guerra na Ucrânia provocou protestos na Albânia, que neste final de semana completou 5 dias com milhares de pessoas nas ruas da capital. Apesar das promessas do governo de tentar encontrar soluções, os manifestantes disseram que continuariam nas ruas enquanto segue caindo abruptamente seu poder de compra e de suas condições de vida.

segunda-feira 14 de março de 2022 | Edição do dia

Milhares de pessoas de toda a Albânia participaram de manifestações neste sábado e domingo, marcando cinco dias de protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis e alimentos. Milhares de pessoas se reuniram na capital, Tirana, para exigir soluções do governo e uma política mais dura contra empresários especulativos.

Os manifestantes levaram uma faixa para a praça central de Skanderbeg, em Tirana, que dizia “Pare de nos roubar” e de lá eles marcharam para o gabinete do primeiro-ministro Edi Rama, diante do que denunciam como uma queda brutal nas condições de vida.

A guerra na Ucrânia desencadeou os preços de produtos básicos dos quais tanto a Rússia quanto a Ucrânia são exportadores, como trigo (e, portanto, pão) e combustível, entre outros. Isso já provocou protestos no Iraque na semana passada e espera-se que muitos países do norte da África e do Oriente Médio, importadores parciais ou líquidos desses produtos, passem por situações semelhantes nas próximas semanas.

No caso da Albânia, país localizado nos Balcãs Ocidentais, o preço do combustível subiu mais de 40% em apenas uma semana, e muito mais desde o início da guerra. Enquanto o salário mensal ronda os 490 euros, e o salário mínimo é de apenas 242 euros, o litro da gasolina passou de 180 lekë (2,37 euros), nos últimos 20 dias.

Essa situação na Albânia é igual a situação que vivemos no Brasil, onde na última semana o governo Bolsonaro fez um mega-aumento dos preços de combustíveis da Petrobras, com a gasolina chegando em R$7,00 e o diesel em R$ 6,40 o litro. Um aumento absurdo para garantir aumento no lucro dos acionistas estrangeiros da estatal que recebem 49,9% de todo o lucro. E esses aumentos também ocorreram devido a guerra na Ucrânia e a política de preços internacionais que os governos no Brasil, que desde o FHC, passando pelos os governo do PT, Temer e do Bolsonaro, seguem para aumentar os preços e fazer com que a população pague pela crise, além de sofrem com a miséria e a fome que vem sendo imposta pela inflação.

O governo tentou responder anunciado um “pacote de bem-estar” na tarde de sábado. Na sexta-feira, Rama já havia prometido intervir na venda de derivados de petróleo para evitar “qualquer especulação”. Após os protestos de sábado, ele ofereceu “dinheiro em dinheiro para aposentados e grupos vulneráveis”. Ele também prometeu reduzir o imposto de renda para mais da metade de todos os funcionários do governo e do setor privado.

Mas os manifestantes disseram que continuariam a realizar protestos diários porque dizem que a decisão do governo de reduzir os preços dos combustíveis não é suficiente. O primeiro-ministro sabe que suas promessas são insuficientes e é por isso que em uma de suas mensagens anteriores tentou estigmatizar as mobilizações dizendo que os manifestantes eram apenas uma minoria que queria causar o caos e que não representavam o povo. Isso foi acompanhado pela perseguição aos manifestantes pela polícia, que prendeu cerca de 200 pessoas. No entanto, as manifestações não apenas continuaram, mas aumentaram nos últimos dias e no fim de semana.




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