Ato reuniu cerca de 3 mil pessoas e contou com vários setores da luta e expressões culturais do povo negro
segunda-feira 20 de novembro de 2017 | Edição do dia
Já no inicio do ato, houve discussão em relação a proibição da prefeitura de Doria de permitir que o ato percorresse o trajeto pensado pelos organizadores passando pela Av Paulista, inclusive com ameaça de multa por parte da prefeitura.
No final do trajeto, o ato chegou até o Teatro Municipal, onde havia um palco para uma atividade da prefeitura para o dia 20 de novembro, mas que foi tomado pelos militantes do movimento negro do próprio ato entoando palavras de ordem contra o Doria racista e suas politicas higienistas.
O ato foi marcado por vários setores da luta e expressões culturais do povo negro como mães e pais de santo que abriam o ato, assim como várias vertentes do candomblé e da umbanda e entidades como Frente Alternativa Preta, Circulo Palmarino, Marcha das Mulheres Negras e a agrupação recém fundada Quilombo Vermelho.
A maioria das falas faziam denuncias ao prefeito higienista e racista João Dória, porém infelizmente, a organização do ato se negou a seguir em marcha até o local onde o prefeito se encontrava, rechaçando e denunciando Dória, que ironicamente recebia o prêmio “Troféu Raça Negra” organizado pela própria prefeitura.
Apesar de reunir setores importantes do movimento negro, infelizmente, faltou um projeto alternativo e independente do petismo e da direita, como se expressou no conteúdo político das falas de algumas entidades que reivindicavam o PT fortalecendo e as esperanças nas eleições de 2018 como saída para melhores condições de vida para os negros no Brasil.
Por isso é urgente e necessário construir um Quilombo Vermelho, que carregue em seu DNA a primeira revolução negra da história, no Haiti, e que responda pela raiz todas as aspirações de uma vida que seja plena de fato e ponha fim ao racismo e ao capitalismo e transformar toda indignação em raiva e militância negra!
