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METRÔ SP | Metroviários adiam greve e mantêm mobilização

terça-feira 24 de maio de 2016 | Edição do dia

Em assembleia realizada na sede do Sindicato dos Metroviários na noite desta segunda, 23, foi deliberado o adiamento da greve marcada para hoje. A decisão tomada levou em conta a impossibilidade de paralisação unificada do transporte, já que rodoviários e ferroviários da CPTM aceitaram as propostas apresentadas e suspenderem a paralisação também marcada para esta terça. Até a próxima assembleia, em 31 de maio, mobilização continua com a retirada de uniformes e uso do colete da campanha.

Poucas horas antes da assembleia, em reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) a direção da empresa, controlada por Alckmin e seus aliados, apresentou a proposta de reajuste de 7,5% e manteve a intenção de atacar brutalmente as condições de trabalho dos novos contratados. Os próprios juízes do TRT, que tem longo histórico de favorecimento aos governos e patrões, determinaram que o mínimo aceitável de reajuste seria 10,03% (inflação IPC-Fipe), mas a empresa não aceitou a proposta.

A esperada paralisação conjunta dos transportes na região metropolitana de São Paulo, articulada para esta terça, 24, não se concretizou, fator que foi decisivo para o adiamento da greve no metrô. A burocracia sindical que controla o sindicato dos motoristas e cobradores rodoviários, nas mãos da UGT aliada de Alckmin e Temer, decidiu por fim as paralisações e aceitou a rebaixada proposta de 7,5% oferecida pelas empresas de ônibus. Por outro lado, o três sindicatos que representam os trabalhadores da CPTM chegaram a um acordo com a empresa no TRT e aceitaram a proposta de reajuste de 10,4%, valor que repõe a inflação do período, e também a equiparação dos benefícios (vale alimentação, refeição) com o dos metroviários em janeiro de 2017, o que, se for concretizado, significará a conquista de uma reivindicação histórica da categoria.

Além do descontentamento com a proposta de reajuste abaixo da inflação, os metroviários mantiveram o indicativo de greve e a mobilização porque o Metrô tenta passar ataques que significariam mais um passo importante no desmonte da empresa e na preparação da privatização. A empresa tenta diminuir drasticamente os percentuais de hora extra e adicional noturno para os novos contratados e quer recalcular, para menos, o abono de férias para todos os trabalhadores. Como se não bastasse, se nega a pegar as progressões salariais as quais a categoria tem direito e quer mudar datas de pagamento do 13º e do salário.

Outro eixo importante das reivindicações dos metroviários que motiva a continuação da mobilização e do indicativo de greve é a exigência de que a empresa cumpra a determinação da justiça e readmita imediatamente os metroviários demitidos ilegalmente na última greve em 2014.

Cresce na categoria a percepção de que é preciso se mobilizar para barrar a onda de privatizações e retiradas de direitos aberta com a consolidação do golpe institucional e ascensão de Temer. O fato do PSDB ser aliado importante de Temer e ter entrado no governo federal se faz sentir na ainda maior intransigência dos tucanos nas negociações e no avanço da privatização nos transportes em São Paulo.

Abaixo reproduzimos vídeo no qual Felipe Guarniere, operador de trem da Linha 1 Azul, fala ao Esquerda Diário sobre a campanha salarial e algumas das batalhas que os metroviários do Movimento Nossa Classe vem travando neste processo.




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