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DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES | Metroviárias se somam ao chamado pelo 08 de Março

terça-feira 8 de março de 2016 | 10:52

"Este ano começou com muitos ataques aos trabalhadores, diversas demissões e ajustes. Os Governos que desviam verba, como o escândalo do trensalão tucano e do escândalo das merendas, faz com que os trabalhadores paguem a crise alegando que estes devem ter compreensão. As mulheres trabalhadoras são, com certeza, as que mais sofrem porque estão nos trabalhos mais precarizados, terceirizados e instáveis. No Metrô de São Paulo tivemos recentemente a luta das trabalhadoras terceirizadas da Higilimp, a empresa decretou falência e simplesmente deixou 400 trabalhadores, na sua grande maioria mulheres, negras, nordestinas com salários atrasados e sem nenhum de seus direitos. O Metrô de São Paulo tirou totalmente sua responsabilidade como empresa contratante. As empresas com o discurso de crise atrasam salários, demitem, falem e descontam em nós a fatura dessa crise.

Precisamos de um movimento de mulheres que lute contra os ajustes que as empresas e o governo querem impor aos trabalhadores. Precisamos lutar pela efetivação, sem concurso público no caso do serviço estatal, de todos os trabalhadores terceirizados! Precisamos mesmo lutar para que estes casos de desvio sejam julgados pela classe trabalhadora e não por juízes e pessoas ligadas ao governo. Precisamos ter direito ao nosso corpo, não aceitando as condições do transporte atual, que possibilita ainda mais os casos de assédio, e não aceitando que igreja e/ou estado nos responsabilizem e/ou julguem quando decidimos se queremos ou não ser mães, principalmente agora que passamos por uma epidemia de zica vírus, possivelmente responsável por casos de microcefalia em fetos. Lutemos pelo direito ao aborto seguro, legal e gratuito."

Marília Rocha - Metroviária do trafego da Linha 3 Vermelha, demitida política e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas.

"Toda a população está cansada de vivenciar a condição do transporte metropolitano de São Paulo que está cada vez mais caótica, resultado de um sucateamento generalizado por conta do descaso do Governo Alckmin com a população. As mulheres ainda mais, porque entram no Metrô superlotado se perguntando se será esse o dia que entrarão para as estatísticas de assédio sexual no Metrô. Esse mesmo Governo vem aplicando inúmeros ataques aos metroviários, tais como: retirada de funcionários sem reposição, sobrecarga de trabalho que resulta em acúmulo de licenças médicas e agora o não pagamento e a possível retirada de direitos dos trabalhadores, alegando situação de crise no Metrô. A diminuição no número de funcionários em estações de muito movimento como São Bento, Sé, Barra Funda, vem gerando confronto e diversas agressões de trabalhadoras metroviárias que muitas vezes estão sozinhas cuidando das catracas.

Nós, cipistas do Metroviários pela Base e do Pão e Rosas, defendemos no início do ano a subcomissão para tratar especificamente da saúde e da proteção à mulher, usuárias, trabalhadoras efetivas e terceirizadas e estamos hoje numa luta para impedir que essa subcomissão seja dissolvida. Assim, neste 8 de Março, nós, metroviárias e as trabalhadoras de todas as categorias, junto com as secundaristas e outras mulheres de luta, precisamos nos unir para impedir que a crise, a precarização das condições de trabalho, as opressões recaem sobre nós. Também precisamos lutar para que tenhamos direito ao nosso corpo, como a decisão de abortar,em qualquer momento, mas mais alarmante agora com a epidemia de zica vírus, possivelmente o causador de microcefalia em fetos."

Daphnae Helena - Metroviárias, cipistas da Linha 3 Vermelha e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas.

Gabriela Farrabrás - Metroviárias, cipistas eleitas da Linha 1 Azul e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas.




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