A Câmara de Curitiba marcou nova sessão para decidir se cassa mandato de Renato Freitas, mesmo após a Justiça suspender sessão que, em junho, cassou mandato do parlamentar por quebra de decoro. Essa perseguição contra o vereador do PT é nitidamente racista e política, movida por vereadores reacionários da extrema-direita bolsonarista que querem cassar o direito à livre manifestação, e aponta que para impor Justiça por Moise e impedir a cassação de Renato Freitas, não é possível confiar na justiça burguesa.
quinta-feira 7 de julho de 2022 | Edição do dia
O anúncio foi feito ontem, quarta (6), após a Justiça suspender sessão realizada em junho e que, com 25 votos de parlamentares do União Brasil ao PSB, cassou o mandato de Renato. A deliberação das novas sessões para pautar essa perseguição serão em agosto, em dois turnos.
"Assim, apesar de a CMC seguir convicta de que cumpriu com todos os requisitos regimentais pertinentes ao caso — inclusive porque não houve decisão de mérito por parte do Poder Judiciário, uma vez que a liminar expedida pelo TJ-PR versou unicamente sobre o prazo para notificação do representante do parlamentar cassado — a Mesa Diretora, em sua maioria, decidiu que irá convocar nova Sessão Especial de Julgamento para deliberar sobre a cassação do mandado de Freitas", afirmou a direção da Câmara, abrindo outro processo, já que a justiça tinha acatado a posição da defesa de Renato de que não tinha tido tempo suficiente para responder.
Essa perseguição começou após Renato participar de um protesto em 5 de fevereiro, com vários ativistas e militantes do movimento negro paranaense, repudiando a absurda morte do congolês Moïse, assassinado a pauladas quando foi cobrar seu salário atrasado. Moise é uma chaga profunda dos desdobramentos da Reforma Trabalhista, que dialoga demagogicamente que o trabalhador pode negociar seu salário individualmente com o patrão.
O relator do caso é Sidnei Toaldo (Patriota), reconhecido vereador reacionário e inimigos dos trabalhadores e negros de Curitiba. Afirmou que Renato "liderou e abusou do direito de manifestação ao invadir o tempo e perturbar o culto".
É um caso absurdo e mostra que, para arrancar justiça por Moise e impedir a cassação de Renato Freitas, não é possível confiar na justiça burguesa. É necessário unificar as forças dos negros, dos trabalhadores e da juventude para impô-las e exigir da CUT, CTB, e UNE, centrais sindicais e entidade estudantil dirigidas pelo PT, organizem e unifiquem as lutas em cada local de trabalho e estudo, o contrário do que vem fazendo, junto à conciliação de Lula e o PT na aliança com Alckmin, do PSB que votou a favor da cassação e responsável pelo massacre de Pinheirinho.
