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DIA LATINO-AMERICANO E CARIBENHO PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO | Mesa “Saúde da Mulher e Aborto”, organizada pelo CASS-UERJ, reuniu 150 estudantes de Serviço Social

Na semana do dia 28 de setembro foi o Dia Latino Americano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto, o Centro Acadêmico de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CASS-UERJ), por entender a importância da necessidade de um debate profundo sobre o tema, realizou na quinta-feira, dia 01/10, a mesa: Saúde da Mulher e Aborto. Esta atividade, tinha como objetivo debater o assunto a partir da realidade do curso que é composto majoritariamente por mulheres e que forma profissionais que vão em seu cotidiano atuar diretamente com a população que é atingida de forma mais dura pela ilegalidade do aborto.

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

sexta-feira 2 de outubro de 2015 | 19:35

A atividade também foi marcada pelo o lançamento da “Comissão contra opressões” do CASS. Desiree Carvalho, do CASS que coordenou a mesa e as debatedoras eram Bia Jacuru, assistente social recem formada pela UERJ, que teve como pesquisa de conclusão de curso a relação entre a formação profissional do Serviço Social e a atuação na área da saúde com mulheres que recorrem ao abortamento legal, pela Gisele Pereira, integrante da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, que abordou a interferência da moral conservadora da Igreja na consciência e no direito de escolha da mulher, e pela Rita Frau, professora, do grupo Pão e Rosas e da Executiva Nacional do MML, que afirmou que nestes 12 anos do PT não se deu um passo à frente para legalizar o aborto, e em aliança com os setores reacionários estão cada vez mais atacando os direitos das mulheres, sendo fundamental a organização de um movimento independente por este direito em cada local de trabalho e estudo que possa ganhar as ruas e lutar pela aprovação do PL 882/2015 apresentado pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) que aborda o direito à interrupção voluntária da gravidez, os direitos à saúde e reprodutivos das mulheres e educação sexual .

As falas se complementaram mostrando que independente da vontade individual de cada um, o aborto ocorre no Brasil (1 milhão todos os anos), e que a questão central não é “ser à favor ou contra” e sim garantir para qualquer mulher que desejar passar por este procedimento, independente do motivo, ela tenha este direito garantido de maneira segura e gratuita pelo Estado, através do SUS, para garantir a vida das mulheres e que elas possam decidir sobre suas vidas e corpos.

As estudantes presentes foram participativas no debate trazendo suas dúvidas e reflexões sobre o procedimento do aborto, sobre o papel que o SUS deveria exercer e sua qualidade, sobre as dificuldades de terem os direitos como mães e como podemos nos confrontar contra o reacionarismo do Congresso com figuras como de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A luta pela legalização do aborto é também uma luta pela garantia a educação sexual em todos os níveis escolares, pelo atendimento no SUS de qualidade e sem burocracias para mulheres, que permita exames, acompanhamento de forma gratuita para todas, é também a luta pela distribuição de métodos contraceptivos gratuitos e de qualidade a população. O Estado que não garante que as mulheres possam decidir pelo seu corpo é o mesmo que não tem e não desenvolve políticas que garantam o direito a maternidade, como a presença de creche nos locais de estudo e trabalho. A necessidade de formar profissionais que tenham dimensão das implicações que a ilegalidade do aborto traz e que coloca o tema dentro das questões de saúde pública foram afirmadas nas falas.

Partindo da importância e da necessidade de debater esse tema, por meio das entidades estudantis e dos sindicatos, para que os estudantes sejam linha de frentes, junto com a classe trabalhadora, por ações e campanhas efetivas que possam levar a dar um basta nas milhares de mortes decorrentes das condições que são impostas as mulheres devido a ilegalidade do aborto.

É nesta perspectiva que o CASS se coloca à frente da luta por este direito tão fundamental na vida de todas as mulheres, pela iniciativa não só impulsionar o debate a para base de seus estudantes, mas de construir atos de rua como o do último dia 28, no centro do Rio e de se colocar cotidianamente como ferramenta de luta pelo combate as opressões e pelo direito das mulheres.




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