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Declaração do Quilombo Vermelho - Rio de janeiro

segunda-feira 7 de maio de 2018 | Edição do dia

Matheusa presente!

Matheusa, estava desde o dia 29 de abril desaparecida após sair de uma festa no Encantado, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Desde então familiares e amigos estavam numa busca incessante para acha-la com vida. Ontem seu irmão publicou que as investigações até agora tinham concluído “fortes indícios” de que Matheusa estava morta e que seu corpo havia sido encontrado queimado no bairro da Piedade. Mais uma morte brutal contra uma jovem negra e LGBT.

Matheusa, tinha apenas 21 anos, estudava Artes Visuais na UERJ e no Parque Lage. Sua identidade de gênero era não binária e a luta em defesa da sua liberdade ser quem ela quisesse, com seu corpo e sua identidade, transbordava em sua arte. Matheusa saiu da cidade de Rio Bonito com o irmão para realizar o sonho de cursar o ensino superior, coloria os blocos cinzas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Sua arte esteve marcada nas lutas da universidade nos último anos.

Nos últimos anos perdemos 5 estudantes da UERJ, todos negros, 2 LGBTs. Não morreram pelos mesmo motivos, mas todos foram vítimas desse estado capitalista, que nos mata de muitas formas, pela desigualdade social e pobreza, racismo, machismo, LGBTfobia, saúde mental. Matheusa entra brutalmente para estatísticas de um país que é recordista em assassinatos de LGBT’s e que mata um jovem negro a cada 23 minutos.

Sua arte e vida estava a serviço dessas batalhas. Será sempre lembrada, estará sempre presente.

Nós estudantes e militantes da Faisca e Quilombo Vermelho-UERJ, nos solidarizamos com os amigos e familiares de Matheusa que enfrentam essa dor.

Matheusa vai viver em cada um/uma de nós.




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