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MACHISMO NO FUTEBOL | Marta marcou mais gols em copas que Pelé e por que a mídia não valoriza o futebol feminino?

Enquanto a Copa do Mundo masculina acontece, com investimentos bilionários, o futebol feminino permanece marginalizado e suas conquistas imensas invisibilizadas.

quinta-feira 21 de junho de 2018 | Edição do dia

A Copa do Mundo masculina é um evento onde todas as indústrias, desde entretenimento até alimentícias, patrocinam e lucram quantias absurdas. A mídia se volta totalmente para a divulgação da Copa e as redes sociais são tomadas pelo tema.

Este ano empresas chinesas se apresentaram com toda força na copa do mundo: Messi fechou acordo com a Mengniu Group, uma gigante chinesa de produtos alimentícios; a Eastroc Super Drink e a Hangzhou Wahaha Group, do ramo de bebidas fecharam com Cristiano Ronaldo. Messi e Cristiano Ronaldo são dois do rol de grandes astros do futebol, mirados ofensivamente pelas empresas para divulgarem e lucrarem durante a Copa.

Para se ter uma ideia de como este mercado é lucrativo, na copa de 2014, os direitos de transmissões dos jogos adquiridos pelas maiores companhias de Televisão foi capaz de chegar à casa de 3,6 bilhões de pessoas, rendendo US$ 2,4 bilhões em direitos à Fifa. A Globo permanece na linha de frente aqui no Brasil, comprando o direito de televisionar os jogos, e monopolizando por completo este ramo no Brasil.

Mas, do outro lado, o futebol feminino é completamente invisibilizado pela mídia e não recebe os mesmo investimentos que o futebol masculino. A seleção de futebol feminina exibe uma vasta lista de conquistas que são totalmente marginalizadas, de conhecimento minoritário da população.

A Copa América feminina teve apenas 8 edições, nas quais a seleção feminina do Brasil ganhou sete vezes. As vitórias das mulheres são proporcionalmente muito mais impactantes que no campeonato masculino, comparando-se estatisticamente equivale a como se os homens tivessem ganho 29 das 34 edições. Porém, os homens do Brasil ganharam apenas 8 títulos. A conquista do hepta que ocorreu este ano garantiu também que as meninas do futebol brasileiro joguem na Olimpíada de 2020, no Japão, e na Copa do Mundo 2019, na França.

Outro exemplo gritante do quão marginalizadas são as conquistas no futebol feminino é a jogadora Marta: a jogadora atingiu a marca de 15 gols em Copas do Mundo, superando a alemã Birgit Prinz e tornando-se a maior artilheira da história do torneio feminino. Enquanto isso, Pelé e Ronaldo, os artilheiros das Copas masculinas, fizeram respectivamente 12 e 15 gols.

O futebol feminino não tem espaço na mídia, o que faz parte da própria forma de como esta modalidade é encarada: um espaço de entretenimento utilizado pras grandes empresas pra captação de seus lucros, venda de suas mercadorias e reafirmação dos preconceitos e atrasos machistas e lgbtfóbicos.




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