×

SÃO PAULO | Marta contrata auxiliar de FHC para campanha à Prefeitura e agrava divisão no PSDB

Adriano FavarinMembro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

sexta-feira 11 de março de 2016 | 00:00

Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, que deixou o PT em abril desse ano e disputará a prefeitura de São Paulo pelo PMDB, fechou com o ex-deputado tucano Xico Graziano, um dos auxiliares mais próximos de Fernando Henrique Cardoso, um contrato que pode se estender até a campanha, para reformulação da estratégia da senadora nas redes sociais.

Essa aproximação com o PMDB da ala tucana ligada ao pré-candidato Andrea Matarazzo, que tem o apoio nas prévias do partido dos caciques FHC, Alberto Goldman e José Serra, causou reação de setores próximos a João Dória, outro pré-candidato do PSDB, apoiado pelo governador Geraldo Alckmin. “Do ponto de vista da ética partidária me parece injustificável", afirmou José Henrique Reis Lobo, ex-presidente do partido na capital.

Toda essa movimentação, porém, não tem como horizonte apenas as eleições na capital paulista, mas aponta para as eleições presidenciais de 2018. Após meses de encenação, o Governador Geraldo Alckmin decidiu se colocar abertamente em campanha para João Doria durante os ultimos dias das prévias primárias do PSDB. Os tucanos ligados a Andrea Matarazzo, porém, já anteciparam que uma provável candidatura de João Doria não contaria com o suporte de seus aliados, entre eles FHC e José Serra.

José Serra, enquanto Senador, já vinha flertando acordos e conversas com Michel Temer e o PMDB buscando alternativas para a crise política que se encontra o PT e o governo Dilma. Ano passado chegou a ser veiculado na imprensa a possibilidade de José Serra ser o nome que o PMDB precisaria para emplacar uma candidatura em 2018. E apesar de ter sido adversária do PSDB no passado, Marta se aproximou de quadros do partido depois de romper com o PT, no Senado, por exemplo, mantém uma boa relação com José Serra.

Graziano já afirmou que, em um contrato que se extenda para uma eventual campanha para Marta “o objetivo será ganahr do PT e ajudar a virar essa página do Brasil. Não tenho ideia do que vai acontecer no PSDB”.

As prévias do tucanato na capital paulista podem antecipar, e muito, os rumos dos caciques do partido que almejam a presidência da República em 2018. O Governador Geraldo Alckmin esta apostando suas fichas no empresário João Dória, a vitória dele como candidato do partido para a disputa da Prefeitura em São Paulo abre caminho par aque Alckmin hegemonize o PSDB paulista na sua corrida ao Planalto. Caso isso não se concretize, o presidente do PSB paulista já avisou que as portas do seu partido se mantêm abertas ao governador.

Já José Serra, que flertou com o vice-presidente Michel Temer a possibilidade de reeditar o papel que teve Fernando Henrique Cardoso no governode de transição de Itamar durante 1993/1994, sabe que as chances de seu candidato, Matarazzo, vencer as prévias contra Dória, que tem por trás todo o aparato governamental em apoio a sua candidatura, são difíceis, e por isso, já começa a “construir pontes” mais firmes com o PMDB para poder seguir o caminho da disputa ao Planalto, caso não seja por dentro do PSDB.

Nessa disputa de interesses da oposição de direita, as delações direcionadas e as investigações que são vazadas ou ocultadas pela grande mídia e que atingem seus caciques também são parte desse jogo pelo Planalto. O dinheiro das merendas das crianças de Alckmin, o propinoduto tucano, os cartéis do metrô, a ligação de Aécio com a Lava-Jato, etc... são parte da política de cada um deles de ir minando o terreno dos seus adversários para se apresentarem como alternativa hegemônica do PSDB para as eleições de 2018. Afinal, a crise de hegemonia do projeto do PT abre chances reais de vitória da oposição de direita nas próxiams eleições, e é nisso que todos eles apostam.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias