terça-feira 23 de fevereiro de 2016 | 04:32
Foto: Marcelo Justo/ 18. Agosto de.10/ Folhapress
Ontem, segunda-feira (22), a Polícia Federal deflagrou a 23ª fase da Operação Lava Jato. O alvo anunciado foi João Santana, publicitário das campanhas eleitorais de Dilma e do Lula, acusado pela nova Operação chamada “Acarajé”, que está apurando valores ilegais recebidos pelo publicitário, pagos pela Odebrecht. Foi decretado um mandato de prisão temporária a ele e também sua esposa, Mônica Moura.
O juiz federal Sérgio Moro decretou o bloqueio de R$ 100 milhões de Santana e Mônica, e das duas empresas controladas pelo casal, a Santana & Associados Marketing e Propaganda Ltda. e a Polis Propaganda & Marketing Ltda.
A acusação é de pagamentos realizados pela construtora Odebrecht para Santana, que somam cerca de US$ 3 milhões.
Análise
A votação do impeachment no Congresso, com figuras à cabeça como Cunha, Aécio e outros, veio se desenhando com menor probabilidade de ocorrer diante da decisão do Supremo Tribunal Federal dando maior poder ao Senado, pois o governo Dilma vem mantendo maioria para barrar no impeachment no Senado, ainda que figurões como Renan Calheiros (PMDB) vem sofrendo denúncias e é importante peça no jogo da base de sustentação de Dilma.
Diante disso os tucanos escolheram um caminho para tentar implementar o impeachment que vem se dando pela via do TSE, que através de ações no TSE tem como alvo Dilma e seu vice Michel Temer (PMDB). As acusações de hoje ao marqueteiro das campanhas eleitorais petistas fornecem elementos no sentido de endossar o objetivo da cassação pela via do TSE.
Chama a atenção que as últimas operações da Lava Jato estão focando em desvios de dinheiro e aspectos de denúncias ao ex-presidente Lula e pessoas ligadas à ele, deixando de lado a investigação das grandes fortunas de capitalistas estrangeiros e nacionais. E a nova fase da Lava Jato hoje parece ser mais uma opção para seguir este caminho para emplacar o impeachment no TSE.
Não sabemos qual será o desfecho pois ainda é um cenário em aberto e não está claro quando será a votação no TSE. O único que podemos ter certeza é que a operação Lava Jato segue longe de significar qualquer interesse de fato acabar com a corrupção, a começar pelo juiz Moro, ligado à empresas como a Shell e também aos tucanos, sem nenhum interesse em tocar realmente na grandes fortunas de empresas e setores capitalistas ligados ao imperialismo que se beneficiam enriquecendo as custas de subsídios do estado brasileiro, de contratos, da exploração e privatização do recursos naturais do país entregues pelo governo Dilma e pela direita.
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