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PLENÁRIA NACIONAL DA FAÍSCA | Marie (UFRN): combatemos Bolsonaro e todo o regime porque queremos fazer a revolução

Na Plenária Nacional da Faísca, ocorrida neste domingo (23/05), Marie, estudante de Ciências Sociais da UFRN, fez uma forte fala de abertura explicando por que a Juventude Faísca luta contra Bolsonaro e todo o regime do golpe: por que luta pela revolução, por que quer acabar com a miséria que é o capitalismo.

domingo 23 de maio de 2021 | Edição do dia

Segue abaixo a fala de Marie:

Muito apaixonante a gente começar nossa discussão sobre como se organizar contra os ataques de Bolsonaro, Mourão e todo o regime do golpe institucional ouvindo saudações de companheiras que estão na linha de frente da luta da juventude junto aos trabalhadores nos EUA, que batalham pra defender uma saída realmente à serviço dos interesses dos trabalhadores, da juventude, mulheres, negras e negros e LGBTs, ainda mais em uma situação tão reacionária quanto a nossa, onde vemos como a retirada sistemática de direitos combinada com fome, pobreza, colapso sanitário, destruição dos recursos naturais, uma verdadeira barbárie capitalista como mostrou brutalmente a chacina em Jacarezinho enquanto ocorre a CPI da covid no Senado, onde sujeitos como o reacionário general Pazzuelo falam um monte de mentiras pra blindar Bolsonaro e golpistas corruptos como Renan Calheiros tentam salvar o regime político e esconder sua reponsabilidade pela pandemia.

A redução de R$ 4,2 bilhões do orçamento das universidades e institutos federais é a conclusão de como tratar as universidades e institutos federais, a pesquisa e o conhecimento, entre dois projetos colocados que confluem e que ao mesmo tempo garantem 1 trilhão para a dívida pública. O primeiro é o de Bolsonaro, que diretamente elegeu as universidades como um de seus inimigos, com seu negacionismo anti-ciência e assassino, acusações de orgia e etc, o outro é o do conjunto dos atores golpistas para a juventude como um todo, onde em meio à crise econômica, a juventude superqualificada além de desperdício financeiro, pode apresentar um perigo. Assim, se unificam entre Bolsonaro, o Congresso, STF e militares para implementar cada um dos ataques que nos deixam sem bolsa de um dia para o outro sem aviso, que demitem terceirizados a centenas que garantem o funcionamento das universidades, que retiram qualquer estabilidade no emprego com a Reforma Trabalhista, nos obrigam a trabalhar até morrer com a Reforma da Previdência, junto aos governadores nos fizeram chegar a quase 450 mil mortos pela COVID 19 no país. Unificados, seu projeto é nos ter com uma bag nas costas rodando por 14 horas para mal conseguir sobreviver e ameaçam mais de 50 universidades. É central termos claro que os ataques não começaram agora, se aprofundaram com o golpe de Temer e o congelamento da saúde e educação por 20 anos, para o qual foi aberto espaço inclusive durante os governos do PT, quando Dilma já cortou bilhões da educação, enquanto criavam os maiores monopólios possíveis com dinheiro estatal.

Na última semana, apoiamos ativamente a greve no metrô de SP, que Fernanda Peluci, essa metroviária revolucionária, vai poder nos contar, onde vimos que mesmo com a mega operação da imprensa contra a greve, a população dava demonstrações de apoio, junto a outros focos de resistência demonstram que apesar das derrotas dos últimos anos, a classe trabalhadora ainda tem força para lutar. É nisso que apostamos.

Até porque poucos dias antes de Jacarezinho, a segunda maior chacina do Rio de Janeiro, o Congresso Nacional votava uma nota Lei de Segurança Nacional, mantendo a herança da ditadura, com PT e PSOL apoiando, para punir aqueles que questionem a ordem capitalista.

Mais do que nunca, está colocado batalhar por saídas contra este regime e não por dentro de suas instituições apodrecidas. Como é possível lutar por justiça para Jacarezinho defendendo um impeachment que leva Mourão à presidência, um racista defensor da Ditadura que afirmou sem pestanejar que eram todos bandidos, expressão do que são os militares? Como acreditar no Senado para arrancar justiça para os 450 mil mortos pela COVID 19 na CPI da Covid, um verdadeiro teatro entre negacionistas e golpistas feito para salvar os últimos?

Por isso é necessário debater qual é a linha da UNE já que é uma entidade nacional de estudantes histórica, que tem influência nacional e que frente a isso poderia cumprir um papel importante, mas qual é a sua linha política e das organizações que se reivindicam oposição à majoritária? Primeiro a majoritária. composta pelo PT, PCdoB e Levante Popular da Juventude, dirigem também as duas principais centrais sindicais do país, a CUT e a CTB, cumprem o papel nefasto de dividir estudantes e trabalhadores, com a CUT convocando manifestação em separado para o dia 26 e a CTB nem isso, ao passo que organizam lives com as Reitorias nas quais não se dá direito a voz e voto aos estudantes, e preparam Lula para 2022, que já perdoou os golpistas e faz negócios com os setores mais nojentos, tipo o Sarney. Em estados governados pelo PT, como aqui no RN, sentimos na pele o que é a demagogia dos governadores, com isenções para os empresários, e ataques e falta de leitos para os trabalhadores.

Ao invés de dar exemplo organizando o dia 29 massivamente nas universidades onde dirige DCEs, no sentido de buscar conformar um polo antiburocrático nacionalmente, a Oposição de Esquerda, PSOL, Juntos, Afronte, a UJC e o MUP e a Correnteza, chegam a organizar lives na mesma lógica como na UNIFESP, ou diretamente se recusam a aprovar moções de exigência à UNE, como na UFABC ou se pronunciam contrários a ser também Fora Mourão, como fez o Juntos em assembleia da UNICAMP. São organizativamente e politicamente funcionais à linha da majoritária, chegando ao ponto de organizarem uma atividade com saudação da majoritária.

Rumo ao dia 29, queremos convidar todas, todes e todos que estão participando desta plenária a batalhar junto com a gente em cada universidade e instituto federal pra que a gente não vá pra rua defender que Mourão na presidência resolve nossos problemas, como acaba fazendo a defesa do Fora Bolsonaro e reivindicação de impeachment, mas que batalhemos juntos por assembleias de base com direito a voz e voto pra ir ao dia 29 defendendo o Fora Bolsonaro, Mourão e golpistas.
Na próxima semana, o STF quer tentar votar a permissão de demissão coletiva em massa sem passar por acordo coletivo, no Congresso circula a reforma administrativa, para atacar ainda mais a saúde e a educação, preparam a privatização da Eletrobrás, dos Correios. Nossa força para lutar está na unidade junto à classe trabalhadora e em entender que os ataques às universidades e institutos federais fazem parte de um plano de ataques só.

Todas as batalhas que damos em cada universidade, como Luno vai contar melhor para vocês, é porque queremos que esse dia 29 seja o primeiro dia de um plano de lutas que precisa ser organizado desde a base, para unificar estudantes e trabalhadores, porque como disseram nossos irmãos colombianos, “se um povo sai às ruas em meio a uma pandemia, é porque o governo é mais letal que o vírus” e por isso nós precisamos nos organizar. E essa plenária é para debater isso, como podemos nos organizar, unificar nossas forças para derrotar Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas, para acabar com esse sistema capitalista que só nos reserva misérias.

Por isso, ao invés de defender o impeachment que levaria Mourão ao poder, nós acreditamos que com a força da nossa luta, poderiamos defender uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, onde possamos decidir quais são as verdadeiras prioridades das maiorias populares, contra a minoria de parasitas capitalistas, revogando as reformas que nos massacram dia-a-dia e varrer todo este regime apodrecido do golpe institucional, uma assembleia com deputados eleitos que votem medidas de defesa da maioria da população e que ataque os lucros capitalistas acabaria tendo que se enfrentar com a própria repressão estatal. Nesse caminho, nós como juventude queremos estar junto aos trabalhadores na sua auto-organização pra poder enfrentar essa repressão e defender junto a eles a luta por um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo. Defendemos essa perspectiva porque queremos fazer a revolução e por isso batalhamos para construir partido revolucionário, e para isso é necessário organizar a classe trabalhadora e todos os setores explorados e oprimidos da sociedade, se são os trabalhadores que movem o mundo, são eles que devem governar essa sociedade.




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