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Marchezan quer cobrar tarifas até mesmo dos carros que circulam dentro da cidade

A proposta de tarifa no trânsito, que tira dinheiro dos cidadãos para circularem em sua própria cidade, tem como principal intento restabelecer o lucro dos patrões do transporte público por conta da pandemia.

sábado 6 de junho de 2020 | Edição do dia

Um novo pacote do governo Marchezan, referente aos ajustes frente à pandemia, que está às vias de ir para votação na câmara municipal, carrega, entre outras medidas, uma nova tentativa de um ataque que Marchezan já tentou implementar antes da crise sanitária e que foi derrubado depois de duras críticas, os pedágios em Porto Alegre. Com um aprofundamento do ataque, a medida que antes taxava a entrada de carros em Porto Alegre, prejudicando milhares de pessoas de outras cidades que precisam acessar a capital, agora propõe pedágios dentro dos bairros, prejudicando também os próprios cidadãos de Porto Alegre, que terão que pagar para terem acesso a certos bairros. Além de maior peso no bolso de muitos trabalhadores, uma política de gentrificação de determinados bairros como o centro histórico, bairro referido para o projeto, com a desculpa de desafogar os congestionamentos e os impactos ambientais gerados pelos carros.

Demagogicamente, o prefeito se coloca como defensor do meio ambiente, mas não hesitou em atacar por diversas vezes o transporte público, que seria o principal meio de desafogar a cidade dos congestionamentos e tornar o trânsito mais sustentável com investimento em qualidade, mais linhas e acessibilidade. Ao invés disso, colocou sucessivos ataques contra os transportes ao longo de todo o seu mandato, em especial durante 2019, quando promoveu aumentos de tarifas para R$ 4,70 (uma das mais caras do país), realizou diversos cortes de linhas, diminuiu horários, em especial aos finais de semana, prejudicando, em especial, população mais pobre e trabalhadora que tem a locomoção em seus momentos de folga cada vez mais estreitados e negados. Tentou, ainda, aprovar a toque de caixa um absurdo pacote de extinção dos cobradores, que jogaria milhares de trabalhadores na miséria, além de sobrecarregar os trabalhadores remanescentes, em especial os motoristas que teriam de realizar o acúmulo de encargos.

Mais uma vez, aliando sua sanha de colocar pedágios e prejudicar os trabalhadores que precisam transitar, com a sua preocupação ímpar de encher os bolsos dos barões dos transportes (os principais mandatários dos ataques realizados pelo prefeito), o projeto que coloca o cerceamento da circulação e a gentrificação do centro histórico de Porto Alegre não terá sua taxação revertida em qualidade no transporte (algo que já deveria ser garantido pelo município), mas em mais dinheiro para os bolsos dos capitalistas.

Enquanto isso, os mesmos patrões do transporte que tomam o dinheiro do trabalhador de, cada vez mais, variadas formas, relegam aos trabalhadores dependentes do transporte público, ônibus cada vez mais sucateados, com redução de viagens e linhas, e colocando a vida de todos os trabalhadores em risco, em meio à pandemia. Não podemos aceitar que, mais uma vez, o trabalhador pague pela crise e pelos lucros dos capitalistas que pisam na vida dos pobres para encherem seus bolsos! Pela auto-organização dos trabalhadores das empresas de transporte público e pelo fim dos parasitas concessionados que lucram em cima do povo.




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