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TRANSFOBIA | Mapa da violência trans: 179 pessoas trans foram assassinadas em 2017

A situação das pessoas trans no Brasil é lastimável: a cada 48 horas uma pessoa trans é assassinada.

quinta-feira 4 de janeiro de 2018 | Edição do dia

Levantamento da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) construiu o mapa da violência trans, apontando 179 mortes de pessoas trans no ano de 2017. Vale ressaltar que os dados são subestimados, uma vez que muitos nomes sociais não são aceitos e que há dificuldade de notificar este tipo de violência. Além disso, a maioria dos assassinatos de travestis e transsexuais não são levados até o fim pelo Estado e a mídia não divulgada de maneira correta. O Estado é responsável por essas mortes e também pela incapacidade de caminharmos mais profundamente contra essas estatísticas.

Dos assassinatos da comunidade LGBT, 45% representam o grupo das pessoas trans, sendo o Brasil o país líder no número desse tipo de assassinato. A condição social que estão expostas as pessoas trans é completamente absurda: a expectativa de vida de uma pessoa cisgênero, ou seja, que se identificam com o sexo de seu nascimento, é de 80 anos. Enquanto isso, as pessoas trans tem uma expectativa de vida de 35 anos.

Transfobia: imagem divulgada pela ANTRA

O recorte é inegável: marginalizados, sujeitos às formas mais precárias de trabalho, como a prostituição, com acesso muitas vezes inexistente à uma educação e saúde de qualidade, as pessoas trans percorrem uma vida inteira vulneráveis às piores condições de vida. A transfobia é uma constante, que muitas vezes se manifesta no próprio meio familiar e que os joga à uma vida de miséria.

A cada 48 horas morre uma pessoa trans no Brasil.

O assassinato de pessoas trans é um dos elos de uma extensa cadeira de opressões, que mata travestis e transexuais todos os dias. Aos poucos, pessoas trans morrem por uma cadeia extensa de condições fruto de uma opressão brutal: falta de acesso a saúde, adoecimento psicológico, suicídios, falta de acesso à educação, dificuldade de introdução em trabalhos dignos e menos precários.

É preciso travar uma luta contra todas as formas de transfobia, contra estatísticas como essas e de fato combater toda forma de LGBTfobia. É fundamental criar espaços para o debate sobre sexualidade, nas escolas e nos locais de trabalho, colocando abaixo o conservadorismo religioso e impulsionando o avanço de demandas de direitos da população LGBT.




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