Menos de cinco anos após ser condenado a 13 anos e sete meses de prisão por tortura e ocultação do cadáver do pedreiro Amarildo Souza, o major Edson Raimundo dos Santos voltará a desempenhar função compatível com sua patente na Polícia Militar do Estado do Rio.
terça-feira 2 de fevereiro de 2021 | Edição do dia
Foto: Daniel Marenco/Folhapress
Ele estava afastado da função até a última sexta-feira (29), quando sua situação foi alterada por decisão do secretário estadual de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, publicada na edição da última sexta-feira (29) do Diário Oficial do Estado do Rio.
Em 2013, quando Amarildo desapareceu, o major comandava a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, onde o caso ocorreu. Em decorrência da investigação ele foi afastado do cargo, respondeu a processo, foi condenado e está em liberdade condicional desde o final de 2019. A Justiça, no entanto, nunca impôs ao major a perda da função pública, e por isso ele sempre recebeu salário normalmente.
No entanto, até a última sexta-feira, estava subordinado à Diretoria Geral de Pessoal (DGP), sem exercer função compatível com sua patente. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria estadual de Polícia Militar, com a decisão da última sexta-feira, Santos agora está apto a retomar as atividades normais de major e aguarda uma vaga nas unidades policiais.
Seu retorno eminente às ruas demonstra que o Estado planeja e incentiva sistematicamente o assassinato da juventude trabalhadora negra no Brasil. Aqueles que escolhem prestar serviço em prol dessa missão genocida sequer são processados e nas raríssimas vezes que são condenados não chegam nem a ser demitidos. Afinal, a justiça burguesa é incapaz de descartar os seus capangas mais prestativos na promoção da carnificina.
Com informações da Agência Estado