Pelo segundo dia consecutivo, manifestantes se organizam em frente ao palácio da liberdade, antiga sede do governador de Minas Gerais, em ato em apoio à resistência dos trabalhadores sem terra que estão sendo despejados com brutalidade covarde pela polícia militar a mando de Romeu Zema.
sexta-feira 14 de agosto de 2020 | Edição do dia
O acampamento organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Campo do Meio (MG), habitado por 450 famílias agricultoras, resiste pelo terceiro dia à ação brutal de despejo pelas mão da polícia militar, que já colocou abaixo a escola e deixou dezenas de feridos, desespero, crianças sumidas, num cenário desolador, em que a polícia ateou fogo ao acampamento e atirou bombas contra os moradores que seguem resistindo.
A ação covarde do governador Zema, em meio ao auge da pandemia no estado, vem sendo amplamente rechaçada nas redes sociais, chegando aos trending topics no twitter. Mas o rechaço também chegou às ruas e pelo segundo dia, manifestantes se reúnem em frente ao palácio da liberdade, na região centro-sul da capital mineira para protestar contra a ação que tira de suas terras moradores que aí vivem e trabalham há mais de 20 anos.
A culpa também recai sobre os ombros de Bolsonaro que, no começo da pandemia, vetou um projeto de lei que proibia despejos em meio a ela. Porém sabemos que independente da situação calamitosa de crise sanitária, os despejos ocorrem cotidianamente, deixando na rua milhares de famílias, às custas de proteger a propriedade capitalista, mesmo nos casos em que as propriedades foram abandonadas e ocupadas por anos, tornando-se terras produtivas, como é o caso do Quilombo Campo Grande.