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Crise dos combustíveis | Mais pobres sofrerão mais com o aumento dos combustíveis e seu impacto direto no preço da comida

O absurdo reajuste nas refinarias de 24,9% no preço do óleo diesel, de 18,7% da gasolina e de 16% do gás de botijão, autorizado por Bolsonaro e a Petrobras a partir de hoje, deverá aumentar entre 0,5 e 0,6 ponto porcentual a inflação oficial do País, que deverá se refletir diretamente no preço dos alimentos.

sexta-feira 11 de março de 2022 | Edição do dia

Foto: Agência Brasil

O governo Bolsonaro e a Petrobrás anunciaram um aumento absurdo no preço dos combustíveis a partir dessa sexta-feira,11. Postos de combustível em todo o país tiveram filas imensas desde a noite de quinta, 10, numa corrida desesperada para abastecer antes da mudança dos valores que poderão alcançar até R$9,00 o litro.

O impacto deste reajuste no Índice de Preço ao Consumidor Amplo deve se concentrar neste mês e no próximo, elevando as projeções mensais de inflação, de março e abril, para algo mais próximo a 1%, segundo economistas da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

Como a maioria das cargas do País é transportada por caminhões movidos a diesel, a alta do combustível pressiona diretamente o custo do frete, que é repassado integralmente ao preço final da mercadoria, o que afetará principalmente gêneros alimentícios.

Os alimentos responderam por mais da metade da inflação do IPC-Fipe de janeiro e fevereiro. Comida e o botijão de gás são itens de consumo básico e pesam mais no orçamento das famílias de menor renda.

Além da pressão indireta nos alimentos, economistas fazem alerta para outro efeito indireto: a pressão nas tarifas de transporte, que também afetará mais a população trabalhadora e pobre que depende dos transportes públicos e que já vêm sofrendo com os aumentos nos preços das passagens.

Outro possível desdobramento que afetará em cheio a população é o encarecimento da energia elétrica. Com a aproximação do período de seca, as termoelétricas movidas a diesel acabam sendo acionadas, o que pode encarecer a conta de luz.

A guerra na Ucrânia já vinha fazendo decolar os preços das matérias-primas em todo o mundo, gerando uma escalada inflacionária que também atinge o Brasil. Em grande medida, esse aumento dos preços é ocasionado devido às sanções imperialistas à Rússia.

Mas o super aumento tem razões internas também, já que Bolsonaro e Guedes não só vêm privatizando a Petrobrás, como continuaram a política do Temer de nivelar o preço dos combustíveis às oscilações do dólar. Isso significa enormes lucros para os acionistas privados, enquanto a população paga caríssimo pelo gás, gasolina e todos os efeitos indiretos que afetam a vida no dia-a-dia.

Essa realidade completamente inaceitável no país que possui uma das maiores e mais valiosas produtoras de petróleo do mundo só reforça a urgência de uma Petrobrás que seja 100% estatal e controlada pelos trabalhadores, para que de fato a maioria da população não pague os custos da crise capitalista e sofra com os efeitos da guerra imperialista.




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