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ENEM 2021 | Mais de 3 milhões de estudantes são excluídos do ENEM, após MEC negar isenção de taxa

Ocorreu uma queda de 77,4% dos inscritos no ENEM que possuem uma renda de até três salários mínimos. A porcentagem inscritos pretos, 11,7%, é a menor desde 2009

sexta-feira 3 de setembro de 2021 | Edição do dia

É o que revela os dados obtidos pela Semesp, entidade que representa as mantenedoras do ensino superior brasileiro. Ao todo, houve 2,8 milhões de inscrições a menos entre aqueles que tiveram a “declaração de carência” aprovada pelo MEC na edição passada do ENEM.

ENEM 2021 | MEC não isenta faltosos de 2020 e ENEM 2021 tem o menor número de inscritos em 13 anos

Os números ultrapassam 3 milhões de excluídos do vestibular ao incluir os 387.977 de estudantes a menos com ‘inscrição gratuita’, uma queda de 20,8% entre aqueles que concluíram o Ensino Médio na rede pública ou são bolsistas em escolas privadas.

Uma das consequências do veto elitista de Milton Ribeiro foi o aumento do número de inscrições pagas, 9,2% se comparadas ao vestibular anterior. A medida junta-se a muitas outras da política bolsonarista para a educação.

Para vetar a gratuidade do exame, Milton Ribeiro usou a justificativa cínica de que se tratava de uma retaliação contra quem “deu de ombros” no ENEM 2020, realizado em janeiro de 2021, momento em que milhões de estudantes não compareceram aos locais de aplicação do filtro social devido à pandemia, que já chegava a centenas de milhares de mortos.

O Semesp aponta que o número de alunos que tinham isenção da taxa de inscrição do ENEM 2020 e faltaram na prova, é muito próximo da queda de inscritos no ENEM 2021 com isenção por “declaração de carência aprovada”, 2.780.947 e 2.822.121 respectivamente. O MEC estabeleceu como condição no edital para o próximo ENEM que os faltantes do exame anterior seriam obrigados a apresentar um documento justificando sua ausência.

Análise | O que pensa o ministro da educação?

Desde o início do governo Bolsonaro, 3 ministros tomaram posse do MEC. Destacaram-se de lá para cá pela combinação de uma agenda conservadora, liberal e autoritária. As intervenções nas federais, ataques ao movimento estudantil, programas de privatização e declarações grotescas traduzem o desejo de intensificar o elitismo da educação superior brasileira.




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