A tragédia capitalista que acomete o estado do RS não tem precedentes na história e deve seguir causando destruição pelas próximas semanas. O hidrólogo Pedro Camargo, da Sala de Situação do Estado do RS, afirmou que há uma expectativa de que demore cerca de 25 dias para que o nível da água do Guaíba fique abaixo dos três metros.
sábado 4 de maio | Edição do dia
"Embora não esteja chovendo forte em Porto Alegre nesse momento, tem muita água chegando ainda do rio Jacuí para o Guaíba, então o rio deve ficar variando entre cinco e 5,10m, por dois ou três dias ainda. A gente deve ter esse pico nesse intervalo. Nos próximos cinco a dez dias, deve permanecer acima dos quatro metros”, afirmou Pedro Camargo, em live do governo do estado.
Essa perspectiva de 25 dias é feita em comparação com a cheia de 1941, a maior da história até então, que demorou mais ou menos esse tempo para diminuir o nível de água para abaixo de três metros. Há uma preocupação também de que os municípios da orla da Lagoa dos Patos, mais ao sul da capital, sejam afetados fortemente nos próximos dias. É preciso haver um plano de resgate infinitamente superior ao que está sendo feito nesse momento, para salvar as pessoas que estão ilhadas e presas nas zonas afetadas de Canoas, Alvorada, zona norte de Porto Alegre, as cidades do Vale do Taquari e tantas outras cidades. O governo Leite e o governo Lula tinham consciência de que uma tragédia estava por vir, mas não houve nenhuma preparação efetiva.
O volume de chuvas vem diminuindo nesse fim de semana, mas o nível do Guaíba e de rios da zona metropolitana de Porto Alegre já invadiu bairros e cidades inteiras, sem previsão de baixar tão cedo. Caso a chuva siga diminuindo, há uma expectativa de que o Guaíba pare de subir o seu nível já amanhã, domingo, dia 5.
Já são cerca de 57 mortes confirmadas quando escrevemos essa nota, dezenas desaparecidos, centenas de milhares sem água ou luz e outras dezenas de milhares sem casa. A situação é dramática e a responsabilidade é dos governos que não atuam pela prevensão de tragédias como essa, bem como dos grandes capitalistas que devastam nossa natureza em benefício dos lucros.
É urgente um plano de emergência e prevenção!
