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Aconteceu nessa quarta no Rio de Janeiro um importante ato contra Eduardo Cunha, a PL5069 e pela legalização do aborto. Esse ato, composto majoritariamente por mulheres, foi um dos maiores desde as jornadas de junho de 2013.

quinta-feira 29 de outubro de 2015 | 02:17

O ato concentrou-se às 14h em frente à ALERJ, onde estavam reunidos os membros da CPI do aborto para votar seu relatório final. Essa CPI foi criada para apurar a operação Heródes, que surgiu a partir do escândalo da morte de Jandira após um aborto clandestino e fechou diversas clínica clandestinas de aborto. O relatório final da CPI, aprovado com voto favorável da maioria dos deputados, tenta fazer com que as unidades de saúde sejam mais punitivas aos atendimentos de possíveis casos de aborto.

Após o protesto contra esse escandaloso parecer da CPI, o ato seguiu para a Cinelândia e reuniu mais de 2000 pessoas, sendo amplamente composto por mulheres, inclusive jovens mães com seus filhos. Esse ato foi um dos maiores atos na capital carioca desde 2013.

O ato, por um lado, expressava um importante repúdio ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, expressando o “Fora Cunha” com força nos gritos e palavras de ordem. Por outro, também reivindicava com força a legalização do aborto.

Há pelo menos uma década não se via no Rio de Janeiro tantas mulheres reunidas gritando pela legalização desse elementar direito das mulheres. Isso é um importante marco que, junto às importantes mobilizações de estudantes secundaristas de São Paulo e esse ato tendo sido um dos maiores desde as jornadas de junho, aponta interrogações sobre o que pode se desenvolver na juventude a partir das questões democráticas, lembrando que junho também teve essas questões como centrais a partir das reivindicações de “Fora Feliciano” e contra o projeto de “cura-gay” e do Estatuto do Nascituro.

O Esquerda Diário entrevistou Carolina Cacau, coordenadora do Centro Acadêmico de Serviço Social da UERJ e militante do Pão e Rosas, que declarou que “esse foi um importantíssimo ato e é fundamental denunciar Cunha e todos os reacionários que votam com ele não apenas o PL5069, mas também a redução da maioridade penal, o PL 4330 da terceirização, o Estatuto da Família. Mas não é só Cunha que devemos denunciar, é preciso denunciar também que esse PL5069 é também assinada por um deputado do PT. Os movimentos como a Marcha Mundial de Mulheres, movimento de mulheres ligado ao PT, se calam frente a isso. Foram quase 13 anos de governo PT e em nada se avançou nos direitos das mulheres e na legalização do aborto, que continua matando milhares mulheres todos os anos. Esse ato de hoje deve ser em homenagem a Jandira, mulher que morreu ao realizar um aborto clandestino e foi esquartejada para esconder as evidências, o que é uma grande mostra do que significa a clandestinidade do aborto no país. É preciso construir um grande movimento de mulheres organizado desde as bases, nos locais de trabalho e estudo, que seja independente dos governos, para assim de fato construir uma grande luta contra a violência às mulheres e pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito.”




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