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EDUCAÇÃO | Mais de 1300 escolas do Rio de Janeiro foram afetadas por tiroteios da polícia de Witzel

Um levantamento feito pela plataforma Fogo Cruzado mostra que mais de 1300 escolas públicas e privadas da região metropolitana do Rio de Janeiro, 22% de toda a rede, foram afetadas por tiroteios no seu entorno durante o período letivo. Até o dia 31 de setembro de 2019, foram registrados 6059 tiros na região, uma média de 22 tiroteios/disparos de arma de fogo por dia, dos quais 30% (1819) ocorreram no período letivo durante o horário escolar no perímetro de 300 metros de escolas e creches da rede pública e privada.

segunda-feira 14 de outubro de 2019 | Edição do dia

Outra questão preocupante é o aumento de 21% nos casos em que houve registros de tiros com participação de agentes das instituições de segurança pública – saltando de 520 para 627 casos, de um ano para o outro. A medida, segundo a plataforma, diverge da Instrução Normativa da Seseg n° 03, de 02 de outubro de 2018, que determina que sejam evitadas, na medida do possível, operações no entorno de unidades de ensino em horários de grande fluxo escolar, buscando garantir a segurança dos alunos e funcionários, bem como a garantia de direitos como o acesso à educação.

"ESCOLA, NÃO ATIRE": uma súplica no Rio de Janeiro

Uma escola localizada no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, exibe duas placas, uma na parede frontal e uma no telhado, com os dizeres: “Escola, não atire”. A medida é uma tentativa da instituição de se proteger das constantes operações policiais no território e das trocas de tiro. Infelizmente, sem efeito.

Ao todo, 8 pessoas foram baleadas dentro ou próximo de estabelecimentos de ensino este ano, ninguém morreu. Comparado com o mesmo período de 2018 houve uma aumento de 166% no número de baleados. Em 2018, 3 pessoas foram baleadas – 1 delas morreu. 

A zona norte foi a região do Grande Rio que concentrou o maior número de tiroteios/disparos de arma de fogo em áreas escolares: foram 695 registros, 38% do total. Em seguida vem a zona oeste (369), Baixada Fluminense (279), Leste Metropolitano (274), Centro (108) e zona sul (94). O Rio de Janeiro, com 1.266 registros (70% do total), foi o município da Grande Rio com o maior número de tiros no entorno de escolas e creches da rede pública e privada. São Gonçalo (164), Belford Roxo (107), Niterói (97) e Duque de Caxias (61) completam o ranking.

A zona norte foi a região do Grande Rio que concentrou o maior número de tiroteios/disparos de arma de fogo em áreas escolares: foram 695 registros, 38% do total. Em seguida vem a zona oeste (369), Baixada Fluminense (279), Leste Metropolitano (274), Centro (108) e zona sul (94). O Rio de Janeiro, com 1.266 registros (70% do total), foi o município da Grande Rio com o maior número de tiros no entorno de escolas e creches da rede pública e privada. São Gonçalo (164), Belford Roxo (107), Niterói (97) e Duque de Caxias (61) completam o ranking.

Sobre estes dados escandalosos Carolina Cacau, professora da rede Estadual do Rio de Janeiro e ex-candidata a vereadora pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores declarou: "É inaceitável viver numa cidade aonde é necessário dizer "Escola, não atire" e ainda assim termos Ágathas e outras tantas crianças brutalmente assassinadas. O governo de Witzel orgulhoso de amedrontar e assassinar a população negra e sua política de segurança pública é na verdade, um projeto de repressão sistemática ao povo negro. Os trabalhadores e os estudantes do Rio de Janeiro precisam se organizar em cada escola, universidade e local de trabalho para construir uma força real para impedir que com estes mecanismos de repressão, os capitalistas descarreguem a crise econômica em nossas costas".




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